Nesta segunda-feira, 26, a Universidade Católica de Pernambuco encerrou a 11ª Semana da Consciência Negra, acolhendo o encontro de 100 Alorixás, mulheres sacerdotisas do Candomblé, as Iyás e as Ekedis das comunidades de terreiros do Recife, que realizaram seu 12º Encontro das Mulheres de Terreiro, no Auditório Dom Helder Camara, térreo do bloco A.
O encontro, instituído desde 2007, tem o objetivo de fortalecer a identidade das mulheres de terreiro, mostrando também o protagonismo social, político, econômico, ambiental e comunitário dessas mulheres nas suas comunidades locais e nas comunidades brasileiras de maneira geral.
Este ano, o momento foi para que o público pensasse na conjuntura nacional que o Brasil se insere hoje, a partir do olhar ancestral e, ao mesmo tempo, levar em conta o que é preciso fazer para um futuro próximo, preservando uma tradição e uma sobrevivência. “O futuro no Brasil nos parece preocupante. E nós especialmente das comunidades de terreiro, precisamos nos acautelar, fortalecer nossa unidade e definir algumas coisas”, diz a Iabassê, Vera Regina Baroni.
As mulheres de terreiro entendem a importância de uma relação inter-religiosa considerando a pluralidade da formação do povo. Com isso a Iabassê afirma, em nome do grupo, estar muito feliz em realizar o encontro na Unicap. “Nós estamos muito satisfeitas em poder fazer esse evento aqui, porque nós acreditamos que uma das saídas para esse País, sobretudo nesse momento, é fortalecermos essa relação respeitosa entre nós. Precisamos fortalecer a diversidade, porque ela tem um valor que o Brasil ainda não aprendeu a utilizar”, conclui Vera Baroni.