No Brasil, há 256 povos indígenas. Em 93 deles, há 2390 indígenas infectados pela Covid-19, segundo dados da Articulação de Povos Indígenas do Brasil – APIB. Os números de mortes já passam de são 235.

Os números levantados pela organização civil são maiores do que os apresentados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Em tempos de pandemia, os números são imprescindíveis na implementação de políticas de forma mais efetiva. A subnotificação e o desencontro de informações é um entrave para o monitoramento e a tomada de medidas urgentes nesse momento de crise.

A Rede de Monitoramento de Direitos Indígenas em Pernambuco (REMDIPE) vem monitorando esses números. Um dos primeiros aspectos levantados pela Rede é que no portal da SESAI são disponibilizados dados por Distritos de Saúde – sem especificar o povo. Além disso, os dados são defasados. As secretarias municipais de saúde confirmam números mais atualizados. Outra carência é a falta de informações sobre a situação dos indígenas nos centros urbanos, segundo a REMDIPE.

De acordo com Sonia Guajajara, líder indígena e coordenadora da APIB, o Governo brasileiro não está “trazendo a gravidade que é esta pandemia”. Com relação aos povos, ela diz, “há um racismo institucional impregnado, que é estrutural, e que se reproduz ao longo dos tempos”. Sonia se refere ao fato de o Governo Federal contabilizar os casos e mortes apenas de indígenas que estão nas aldeias e territórios. “A Sesai faz uma seleção de quem eles acham que é indígena e quem não é. Então, eles não registram indígenas que estão em contexto urbano. A própria estrutura da Sesai, sem atendimento próximo a algumas aldeias, faz os indígenas irem para os municípios. Lá, eles entram na contagem normal do município, sem serem considerados indígenas com Covid,” explica. Assim, para compreensão de como a pandemia tem afetado os povos indígenas, tem sido central o controle que o próprio movimento indígena vem fazendo.

A REMDIPE vem dando visibilidade as situações das terras indígenas de Pernambuco em tempos da pandemia por meio de boletins semanais, com informações de números reais de casos de cada território. Na última sexta (05/06) em seu Boletim #7, a Rede informa que entre os 97 casos da Covid-19 entre os indígenas em Pernambuco, 67 ocorre entre os Fulni-ô, o que equivale a quase 70% dos casos; 11 entre os Xukuru, sendo 12% dos casos; as comunidades do tronco Pankararu contam 8 pessoas, o que é equivalente a 8% dos casos; e os povos Kabiwá, Pankará, Pipipã e Atikum somam 5 casos, o que equivale a 5% dos casos; e, por fim, os indígenas na região metropolitana, que somam 6 casos, equivalendo a 6%. Até agora, 10 indígenas morrem no estado por causa da Covid-19.

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➡ Contaminação de indígenas em Dourados partiu de frigorífico da JBS
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➡ Europa vai barrar a entrada de brasileiros enquanto pandemia não estiver controlada
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➡ Recife: Mortes pela Covid-19 superam quantidade de óbitos da gripe espanhol
Diário de Pernambuco: https://bit.ly/2XVaN3U

➡ Mapeamento propõe estratégias locais para enfrentar Covid-19
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➡ Nove estados estão com mais de 80% das UTIs destinadas a pacientes de Covid-19 lotadas
Diário de Pernambuco: https://bit.ly/37kioMt

☑ COMUNICARDH
Clipping produzido pela Cátedra Unesco/Unicap de Direitos Humanos Dom Helder Câmara
Recife, 11.06.2020

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A Rede de Monitoramento de Direitos Indígenas em Pernambuco – REMDIPE está levantando dados sobre a Covid-19 no estado. A Rede é composta por organizações da sociedade civil, grupos vinculados às universidades e movimentos indígenas e vem atuando na articulação da defesa e efetivação dos Direitos Humanos dos povos indígenas.

Se você é indígena no estado, na cidade ou na aldeia, curador e curadora tradicional (incluindo pajés, benzedeiras(os), raizeiras(os), rezadeiras(os), parteiras e outras pessoas da ciência), lideranças e representantes indígenas, coordenador(a) ou trabalhador(a) de saúde indígena, equipe multidisciplinar de saúde comunitária indígena, precisamos de sua importante ajuda com suas informações.

Para a coleta dos dados, a REMDIPE lançou questionários direcionados às lideranças indígenas e aos trabalhadores e trabalhadoras das equipes de saúde indígena em todo estado de Pernambuco. Além destes grupos, os indígenas que vivem na cidade também vão responder as perguntas. O objetivo é compreender melhor a realidade dos povos indígenas de Pernambuco frente à situação de pandemia do novo coronavírus.

Com o monitoramento das terras indígenas existentes em Pernambuco será possível levantar as informações nos territórios para fazer diagnósticos que mostrem uma radiografia do problema. Com isso, os movimentos sociais terão dados para pressionar o poder público e ONG’s para que atuem precisamente nas articulações de base.

Para responder ao questionário, acesse:

https://www.indigenascontracovidpe.com/diagnostico

Nos últimos anos a circulação de notícias falsas vem repercutindo de maneira massiva na vida das pessoas. Com isso campanhas de conscientização contra as fake news vem crescendo com propostas de como orientar as pessoas a identificar se aquela notícia é verdadeira ou não.

Pessoas e grupos que trabalham com comunicação estão desenvolvendo cada vez mais campanhas e projetos com o objetivo de alertar as pessoas sobre as armadilhas mais comuns que levam a confiar e compartilhar notícias falsas.

Uma dessas campanhas é o Guia para identificar notícias falsas, da Com+Mob (Comunicação e Mobilização Social), que de forma lúdica orienta como identificar notícias e informações falsas, checar fatos, denunciar. Alem disso há um tópico especial com recomendações para jornalistas.

Para ler o guia acesse o link: https://bit.ly/2XXNNQn

📸 COMMOB
📝 Mayara Moreira Melo

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Recife, 09.06.2020

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