O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu na terça-feira que Israel suspenda seu bloqueio a Gaza, dizendo que, se Israel tivesse atendido aos chamados internacionais para isso, o ataque a uma flotilha de barcos com ajuda humanitária não teria acontecido.
“Se o governo israelense tivesse atendido aos chamados internacionais e ao meu forte, urgente e insistente pedido para suspender o bloqueio a Gaza, isso não teria acontecido,” disse Ban à Reuters numa entrevista em Campala, capital de Uganda, na terça-feira.
Israel deteve ou deportou na terça-feira centenas de ativistas que estavam no comboio com ajuda humanitária, que tinha o apoio da Turquia, e que foi interceptado na segunda-feira. O Conselho de Segurança da ONU pediu uma investigação imediata e digna de crédito sobre a operação, que deixou ao menos nove mortos.
Ban afirmou que outra questão “mais deprimente” é a de que Israel precisava liberar os detidos e enviar a ajuda humanitária para Gaza, ressaltando que ele estava participando das negociações sobre o assunto com o Estado judeu e a equipe da ONU no local.
Israel impôs o bloqueio a fim de enfraquecer o movimento islâmico palestino Hamas, que tomou o controle da faixa territorial na costa do Mediterrâneo em 2007.
Participando de uma conferência em Campala sobre o Tribunal Penal Internacional, o primeiro tribunal permanente do mundo para crimes de guerra, Ban também elogiou o trabalho do organismo que tem sede em Haia.
O secretário-geral da ONU ainda rejeitou as críticas sobre a violência contínua na África, como na República Democrática do Congo, e afirmou que operações de paz “robustas e efetivas” foram empregadas.
“Mas, considerando o tamanho do território e a complexidade do pano de fundo político em todos esses países, às vezes há um limite para cobrir toda a área do continente africano,” disse ele, acrescentando que as operações de paz necessitam de apoio do Estado.
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança autorizou a retirada de até 2 mil soldados da força de paz da ONU no Congo ao longo do próximo mês, mas não prometeu novos cortes, apesar da pressão de Kinshasa para a retirada das tropas.
Fonte: Universo on line