Artigo: “As Marcas da Justiça de Transição: Experiências e Desafios”, do Prof. MSc. Manoel Moraes (UNICAP/PE),

A Atâtôt – Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos da UEG é uma publicação acadêmica semestral de responsabilidade da Universidade Estadual de Goiás. Seu objetivo é abrir espaços interdisciplinares para publicação de artigos, ensaios, resenhas e outros textos acadêmicos sobre o tema geral dos direitos humanos, com foco em temas relacionados a democracia, questões constitucionais e lutas sociais por direitos.

Em seu segundo número de lançamento, a Atâtôt – Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos da UEG apresenta discussões sobre os direitos humanos numa perspectiva crítica, trazendo diversas visões sobre a importância das lutas sociais e políticas para a efetivação dos direitos humanos no Brasil, Curdistão, Inglaterra, Síria e Turquia.

O primeiro artigo, “Visões Conflitantes da Comunidade Política no Oriente Médio: o Modelo Curdo como uma Alternativa à Teocracia e ao Nacionalismo”, do Prof. Dr. Hanifi Baris (University of Aberdeen, Escócia), reflete sobre o confederalismo democrático e o modelo de comunidade política desenvolvido pelos movimentos políticos curdos dominantes no Norte e no Oeste do Curdistão (Turquia e Síria) em face das instituições políticas existentes na Turquia e na Síria em particular e no Oriente Médio em geral.

O segundo artigo, “Jurisdição para Processar uma Empresa Matriz nos Tribunais Ingleses por Ações de sua Subsidiária Estrangeira: Vedanta vs Lungowe e Implicações Pós-Brexit”, do Prof. Dr. Mukarrum Ahmed (Lancaster University, Inglaterra), examina o direito internacional privado e as questões de responsabilidade substantiva em processos contra empresa matriz com sede no Reino Unido em face de violações de direitos humanos por ações de subsidiárias estrangeiras, abordando, para tanto, a histórica decisão Vedanta v Lungowe proferida pela Suprema Corte do Reino Unido.

O terceiro artigo, “As Marcas da Justiça de Transição: Experiências e Desafios”, do Prof. Me. Luis Emmanuel Barbosa da Cunha (UFPE, Brasil) e do Prof. Me. Manoel Moraes (UNICAP/PE), tomando como ponto de partida a Resolução do Conselho de Segurança S/2004/616 sobre o Estado de Direito e Justiça de Transição nas sociedades pós-conflito e a construção doutrinária internacional do Centro para a Justiça de Transição (ICTJ), aborda como a justiça transicional se torna concreta e acessível na cidade do Recife/PE.

O quarto artigo, “O Constitucionalismo como Significante Vazio na Periferia da Sociedade Mundial: O que a categoria “terrorismo de Estado” pode dizer sobre o constitucionalismo global?”, da Doutoranda em Ciência Política Maria Eduarda Borba Dantas (UnB, Brasil), analisa conceito de “terrorismo de Estado” para fazer um contraponto ao debate hegemônico sobre as formas transnacionais de constitucionalização e, com isso, desenvolver a categoria “constitucionalismo periférico”.

O quinto artigo, “Das Histórias dos Escravos aos Quilombos no Brasil e o Reconhecimento dos Remanescentes pelo Supremo Tribunal Federal”, da Profa. Me. Áurea Bezerra de Meedeiros (IESB, Brasil) e do Prof. Dr. Menelick de Carvalho Neto (UnB, Brasil), partindo de uma análise crítica sobre a escravidão no Brasil, retrata as lutas do povo negro em busca de seus direitos como pessoa, como individuo, num contexto de racismo estrutural.

O sexto artigo, “Educação Necropolítica: Personalidade Autoritária, Violência e Escolarização de Jovens Pobres no Brasil”, do Prof. Dr. Eguimar Felício Chaveiro (IESA-UFG, Brasil) e do Prof. Dr. Rosivaldo Pereira de Almeida (UEG, Brasil), aborda a dimensão educativa e o caráter necrófilo dos destroçamentos e capturas das subjetividades presentes nos processos de escolarização, dialogando, para tanto, com Mbembe (2012), Adorno (1951), Rolnik (2018) e Bourdieu (1998).

O sétimo artigo, “A Invisibilidade das Mulheres em Situação de Rua e a Relativização dos seus Direitos”, do Prof. Me. Thiago Henrique Costa Silva (UNIALFA, Brasil), da Profa Me. Luciana Ramos Jordão (UEG, Brasil) e da advogada Patrícia Leão Ferreira (UNIALFA, Brasil), examina as condições de vida das mulheres em situação de rua e a relativização de seus direitos a partir de uma perspectiva do direito achado na rua.

O oitavo artigo, “Liberdade de Expressão, Mídia e Tolerância”, da Doutoranda em Direitos Humanos Rakell Dhamarys Moreira (PPGIDH/UFG, Brasil), da Profa Dra. Angelita Pereira de Lima (PPGIDH/UFG, Brasil), e da Mestranda em Direitos Humanos Ana Paula de Castro Neves (PPGIDH/UFG, Brasil), aborda como a liberdade de expressão, garantida constitucionalmente numa perspectiva liberal, é intolerante sempre que exclui a fala do outro, reforçando, com isso, o discurso hegemônico.

Há, por fim, dois trabalhos monográficos.

O primeiro, “O que é verdade?”, do Mestre e Auditor Fiscal da Receita Estadual de Goiás Cláudio Gonçalves Pacheco, reflete acerca dos conceitos de verdade e suas implicações para o Direito, para a materialização dos direitos humanos, bem como para os direitos humanos relacionados à justiça social e à justiça tributária, dialogando, para tal desiderato, com Ronald Dworkin e Michel Foucault

O segundo, “Rumo a uma Centralidade Prática dos Direitos Humanos: A Primazia pelas Dignidades das Pessoas Humanas no Sistema Carcerário”, do Prof. Me. Philipe Anatole G. Tolentino (Faculdade Sensu, PPGIDH/UFG), aborda a tensão entre o plano teórico e o plano de efetivação de direitos humanos fundamentais, tendo como plano de fundo o Sistema Carcerário, e fundamento a teoria dos direitos humanos fundamentais.

 

Anápolis/GO, 20 de dezembro de 2020.

Mais informações: https://www.revista.ueg.br/index.php/atatot/issue/view/595

RODADA VIRTUAL DE CONVERSA: A NATUREZA TÊM DIREITOS! FUNDAMENTOS PARA UMA TRANSIÇÃO PARADIGMÁTICA – DIA: 28/01 – 17H

O Foro social mundial, articulação nacional pelos direitos da natureza, convida para uma rodada virtual de conversa: A natureza têm direitos! Fundamentos para uma transição paradigmática, será realizada no dia 28 de janeiro de 2021, às 15h, no endereço: https://www.facebook.com/direitosdamaeterra.

Estão abertas as inscrições para o Fundo de Direitos Humanos 2021 do Reino dos Países Baixos

Os direitos humanos são a base da dignidade humana, liberdade e desenvolvimento, e formam o alicerce para sociedades abertas e livres em todo o mundo. Os Países Baixos têm uma rica tradição de defesa aos direitos humanos, tanto em casa como no exterior. Fazer isso é uma obrigação moral e legal. Com isso em mente, o Fundo de Direitos Humanos foi criado para oferecer subsídios a organizações que trabalham para promover os direitos humanos em todo o mundo, sob o escopo das prioridades estabelecidas pelo governo dos Países Baixos.

Estas prioridades consistem em:

  • Liberdade de expressão e de imprensa
  • Liberdade de religião e crença
  • Apoio a defensores dos direitos humanos
  • Igualdade de direitos para pessoas LGBTI
  • Igualdade de direitos para mulheres e meninas
  • Promoção da ordem jurídica internacional / Luta contra a impunidade

O Fundo está disponível para organizações de caráter não-comercial, sejam elas: uma organização não-governamental (ONG), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), instituição educacional sem fins lucrativos ou organização semigovernamental;

São elegíveis projetos que necessariamente abordem ao menos uma das seis prioridades do Fundo de Direitos Humanos listadas acima e que sejam integralmente executados no Brasil.

O projeto deve ter início entre 01 de abril de 2021 e 01 de novembro de 2021. Projetos que já tenham iniciado antes do aceite da proposta por parte da Embaixada dos Países Baixos no Brasil só são elegíveis se o financiamento solicitado for para atividades novas ou adicionais ao referido projeto. Neste caso, o financiamento pela Embaixada não será efetuado antes de abril.

Para saber mais sobre os requisitos, acesse o Formulário Simplificado abaixo.

O prazo limite para o envio deste formulário é 01 de fevereiro de 2021.

Dúvidas sobre o Fundo de Direitos Humanos 2021 serão respondidas exclusivamente através do e-mail: bra-ppc@minbuza.nl

https://www.holandaevoce.nl/ultimas-noticias/noticias/2020/12/10/fundo-de-direitos-humanos-2021

A Democracia Constitucional e seus inimigos: desafios do século XXI

Glauco Salomão Leite; Gustavo Ferreira Santos; João Paulo Allain Teixeira; Marcelo Labanca Corrêa de Araújo (Orgs.)

Entre 1787 e 1788, Alexander Hamilton, James Madison e John Jay publicaram, sob o pseudônimo de Publius, na imprensa de Nova York, um conjunto de artigos, defendendo a adoção da Constituição criada na Convenção de Filadélfia e pendente, então, de ratificação pelos Estados-membros. Publius, por meio de seus escritos, era favorável à união das ex-colônias britânicas para que, juntas, se transformassem em um só Estado Federal. Para que isso ocorresse, a Constituição Federal necessitava ser aprovada pelos Estados. Caso contrário, não haveria a “união”. Seguiu-se, então, um intenso processo de discussão pública sobre o que a Convenção de Filadélfia tinha produzido, com a finalidade de esclarecer e convencer. Os artigos publicados pelos jornais transitavam por diferentes aspectos políticos que eram tocados pelo texto constitucional. Ali nascia a primeira experiência moderna de Constituição que iria influenciar boa parte do mundo. Inspirado nessas ideias, o PUBLIUS é um Congresso acadêmico organizado por Professores do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Católica de Pernambuco (PPGD/UNICAP) e tem se consolidado com um expressivo fórum de discussões aprofundadas sobre temas relevantes no Direito Constitucional, atraindo pesquisadores, alunos de graduação e de pós-graduação de vários lugares e influências teóricas. Nesse contexto, o presente livro é resultado de trabalhos apresentados pelos participantes do VII CONGRESSO PUBLIUS DE DIREITO CONSTITUCIONAL, ocorrido nos dias 04 e 05 de novembro de 2019 na Universidade Católica de Pernambuco, tendo como temática central “A Democracia Constitucional e seus inimigos: desafios do século XXI”. Com esta publicação, espera-se contribuir com o avanço das discussões sobre os problemas que se apresentam na realidade institucional brasileira e que exigem olhares atentos e multifacetados na busca de saídas para desafios tão complexos. Por fim, agradecemos a todos os integrantes da “equipe PUBLIUS” e, especialmente, à Marina Falcão Lisboa Brito e à Natalia Bezerra Valença, egressas do Curso de Direito da UNICAP e atualmente Mestrandas em seu PPGD, as quais participaram ativamente desde os primeiros momentos da preparação do evento até a organização desta coletânea de artigos. Temos um enorme débito por toda sua dedicação, engajamento, competência e bom humor em todos os momentos.

Baixar: https://www.editorafi.org/020publius

INSCRIÇÕES ABERTAS: O Grupo de Pesquisa, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos

O Grupo de Pesquisa, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos em colaboração com a Associação IUS ET VERITAS da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Peru e o Centro de Estudos e Pesquisas "SCIENTIA ET IURIS" da Província de Santa estão satisfeitos apresentar os temas que serão tratados no Curso Intensivo de Direito Internacional dos Direitos Humanos.

Isso acontecerá de 6 de janeiro a 10 de março de 2021 e tratará de 28 questões relacionadas ao tema do Direito Internacional dos Direitos Humanos, de que se tratam.

📌 Fundamentos históricos e filosóficos dos direitos humanos
📌 Etapas da progressão dos direitos humanos: História, positivação. generalidades
📌 Tratado de direitos humanos e métodos de interpretação
📌 Garantias e proteção judicial
📌 Direitos de igualdade e não discriminação

Entre tantos outros temas relacionados com os direitos humanos Todas as sessões que serão ditadas através da plataforma Zoom por palestrantes nacionais e internacionais de excelente nível acadêmico; Além disso, o material de leitura será compartilhado por meio da plataforma interativa Moodle.

Requisitos do aplicativo:

📌 Ser um estudante de graduação da carreira de Direito de qualquer corpo docente de uma Universidade Nacional ou Internacional que tenha interesse em Direitos Humanos

📌 Carta de motivação de no máximo 1 lado, onde estão indicados os motivos da participação no curso.

⚠️Todos os requisitos, mais seus dados pessoais, devem ser enviados para: gipd.derechoshumanos@gmail.com, com uma cópia para eventos@iusetveritas.com e scientiaetiurischimbote@gmail.com

https://pt-br.facebook.com/IUSETVERITAS/photos/pb.86808437290.-2207520000../10157939070812291/?type=3&theater

MEMORIAL DAS VÍTIMAS FATAIS DA COVID-19 – IDHeC BLOG OFICIAL DOM HELDER CAMARA

O Instituto Dom Helder Camara http://domheldercamaraidhec.blogspot.com/2020/12/contato-para-envio-de-informacoes.html através dessa iniciativa quer compartilhar com você o luto pelas vítimas da Covid-19.

Organizamos em nosso BLOG um espaço para registrarmos o nome de seus seus entes queridos que tenham falecido vítimas da infecção.

Em nossas celebrações, aos domingos, o Capelão da Igreja das Fronteiras, Pe Fabio Potiguar dos Santos,  incluirá, nos serviços litúrgicos, os nomes que tiverem sido encaminhados durante a semana.

Para acompanhar a inserção de seu ente querido, vítima da Covid-19,  na oração eucarística celebrando a pascoa e a ressurreição como promessas da boa nova do evangelho, é só acompanhar, pelo canal Dom Helder-IDHeC, no youtube, as celebrações dominicais, às 11 horas da manhã.

Envie para o IDHeC o nome e as informações, incluindo data de nascimento e da partida, fotos, que nós colocamos em nosso mural on line.

E-MAIL PARA ENVIO DAS INFORMAÇÕES:

memorialonlinecovid@gmail.com

Chamada para publicação de artigos no dossiê RAÇA, GÊNERO E SEXUALIDADE: DISPUTAS DE NARRATIVAS E HISTORICIDADES DE EIXOS ESTRUTURANTES DOS DIREITOS HUMANOS NO SUL GLOBAL

Chamada para publicação de artigos no dossiê RAÇA, GÊNERO E SEXUALIDADE: DISPUTAS DE NARRATIVAS E HISTORICIDADES DE EIXOS ESTRUTURANTES DOS DIREITOS HUMANOS NO SUL GLOBAL

Está aberto, até o dia 28 de fevereiro de 2021, prazo para submissão de artigos do dossiê “RAÇA, GÊNERO E SEXUALIDADE: DISPUTAS DE NARRATIVAS E HISTORICIDADES DE EIXOS ESTRUTURANTES DOS DIREITOS HUMANOS NO SUL GLOBAL”, organizado por Ana Flávia Magalhães Pinto (UnB), Keisha-Khan Perry (Brown University) e Thiago Gehre Galvão (UnB)

O século XXI continua marcado por ausências, silenciamentos e tentativas de esquecimento no que tange ao reconhecimento de raça, gênero e sexualidade como eixos estruturantes dos Estados nacionais e das relações internacionais desde uma perspectiva do Sul Global, bem como de práticas de sociabilidade que extrapolam categorias tradicionais da História Política. Essas limitações, todavia, não dão conta de toda as experiências vividas em especial do século XIX para cá. Com destaque para períodos mais recentes, temos assistido a persistentes disputas de narrativas sobre os sentidos de humanidade, cidadania e direitos humanos, protagonizadas também por sujeitos subalternizados desde a perspectiva hegemônica, com destaque para populações negras, indígenas, mulheres e pessoas LGBTQI+, sem perder de vista ainda as especificidades de latinos, árabes, judeus e asiáticos. A partir desses indivíduos e grupos humanos, firmam-se tanto a denúncia do caráter fundamentalmente racista da sociedade em nível global quanto a problematização dos efeitos da permanência de estruturas familiares coloniais, patriarcais e heteronormativas, orientadas sobremaneira nas figuras do homem branco e da mulher branca como epítomes da dominação. Não por acaso, os debates de gênero têm avançado no reconhecimento de papeis assumidos por mulheres brancas na reprodução e na manutenção dessa ordem, em sintonia com seus pares masculinos em relação a grupos negativamente racializados. Isso, por certo, acaba produzindo ressonâncias na institucionalidade. No que toca as conferências internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), poderíamos ressaltar incidências relevantes desses sujeitos na agenda de encontros estratégicos, a saber: a Conferência sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em 1994; a IV Conferência Mundial sobre a Mulher, promovida em Beijing/Pequim, em 1995; a II Conferência Mundial sobre os Assentamentos Humanos (HABITAT II), em Istambul, 1996; e a III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, sediada em Durban, no ano de 2001. Isso, por sua vez, acaba promovendo novas ressonâncias no cotidiano de diferentes sociedades do Sul Global. Esse cenário, portanto, insta o amadurecimento de análises históricas e interdisciplinares orientadas pelas indissociabilidade de raça, gênero e sexualidade, uma vez que nossas identidades não são separadas em blocos, nem sofremos em parcelas fragmentadas o que significamos. Apostando na potencialidade do debate interdisciplinar com a Antropologia, a Sociologia, as Relações Internacionais e a Ciência Política, encorajamos o envio de artigos desenvolvidos no âmbito dos estudos históricos e em áreas afins, em diálogo com a História.