A árvore da vida no Apocalipse: manutenção de uma nova vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/2595-3788.2020.v3n1.p198-221

Palavras-chave:

Árvore da Vida. Apocalipse. Hermenêutica. Tradição judaica.

Resumo

A imagem da árvore da vida desperta curiosidade pelo poder atrelado a ela na tradição bíblica. No Apocalipse canônico, a imagem é mobilizada propositadamente em um texto repleto de simbolismos e referências mais ou menos discretas a textos do Primeiro Testamento. Primeiramente, o presente estudo considera o imaginário da árvore da vida (disponível no século I d.C.) em ambiente judaico, o qual é inaugurado pela presença do espécime no Gênesis e, posteriormente, reforçado e tornado mais complexo por suas aparições em diferentes textos do arquivo judaico. Em seguida, tendo em mente o discutido anteriormente, são abordados organizadamente os quatro trechos do Apocalipse em que figura a árvore da vida. Conclui-se, por meio dessa pesquisa bibliográfica em fontes antigas primárias e em fontes secundárias, que a árvore da vida aparece no Apocalipse com o objetivo de assegurar ao ouvinte a doação e manutenção da vida mediante Cristo. Isso se destaca pela concepção comum da interdição do acesso a essa mesma árvore a partir do relato de Gênesis, a qual é evocada em outros textos considerados ao longo do estudo.A imagem da árvore da vida desperta curiosidade pelo poder atrelado a ela na tradição bíblica. No Apocalipse canônico, a imagem é mobilizada propositadamente em um texto repleto de simbolismos e referências mais ou menos discretas a textos do Primeiro Testamento. Primeiramente, o presente estudo considera o imaginário da árvore da vida (disponível no século I d.C.) em ambiente judaico, o qual é inaugurado pela presença do espécime no Gênesis e, posteriormente, reforçado e tornado mais complexo por suas aparições em diferentes textos do arquivo judaico. Em seguida, tendo em mente o discutido anteriormente, são abordados organizadamente os quatro trechos do Apocalipse em que figura a árvore da vida. Conclui-se, por meio dessa pesquisa bibliográfica em fontes antigas primárias e em fontes secundárias, que a árvore da vida aparece no Apocalipse com o objetivo de assegurar ao ouvinte a doação e manutenção da vida mediante Cristo. Isso se destaca pela concepção comum da interdição do acesso a essa mesma árvore a partir do relato de Gênesis, a qual é evocada em outros textos considerados ao longo do estudo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Cesar Motta Rios, Pesquisador independente. Integra o Grupo de Pesquisa Bíblia, Arqueologia e Religião (EST).
    Doutor em Estudos Literários (Literaturas Clássicas e Medievais), Meste em Estudos Literários (Estudos Clássicos), Bacharel em Letras (Grego) e Licenciado em Letras (Espanhol), sempre pela UFMG. Realizou pós-doutorado na área de Filosofia Antiga (UFMG). Atualmente, integra o Grupo de Pesquisa Bíblia, Arqueologia e Religião (EST) e cursa Especialização em Teologia e Ministério Pastoral (ULBRA).

Referências

ARAUJO, Magdalena Díaz. El problema del medio de origen y la datación de la Vida griega de Adán y Eva. EPIMELEIA - Revista de Estudios sobre la Tradición, v. XII, n. 23-24, Buenos Aires, p. 91-114, 2003.

BACHMANN, Veronika. Rooted in Paradise? The Meaning of the ‘Tree of Life’ in 1 Enoch 24–25 Reconsidered. Journal for the Study of the Pseudepigrapha, v. 19, n. 2, p. 83-107, 2009.

BEALE, G. K. John’s Use of the Old Testament in Revelation. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1998.

BRIGHTON, Louis A. Revelation. Concordia Commentary. Saint Louis: CPH, 1999.

CHARLESWORTH, J. H. The Old Testament Pseudepigrapha and the New Testament: Prolegomena for the Study of Christian Origins. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.

DELITZSCH, F. and KEIL, C. F. Commentary on the Old Testament. Volume 1: The Pentateuch. Hendrickson: Peabody, 2006.

ELIADE, Mircea. Traité d’Histoire des Religions. Paris: Payot, 1968.

ELLUL, Jacques. Apocalipse: Arquitetura em movimento. Trad. Maria Luísa de Albuquerque Silva. São Paulo: Paulinas, 1979.

FRIEDRICH, Nestor. Apocalipse 2-3: sete cartas? Uma análise literária. Estudos de Religião, v. 14, n. 19, p. 149-174, 2000.

GEYSER, Albert. The Twelve Tribes in Revelation Judean and Judeo-Christian Apocalypticism. New Testament Studies, v. 28, p. 388-399, July 1982.

HOMCY, Stephen. “To him who overcomes”: A fresh look at what “victory” means for the believer according to the Book of Revelation. JETS, v. 38, n. 2, p. 193-201, June 1995.

JAMES, E. O. The Tree of Life: An Archaeological Study. Leiden: Brill, 1966.

JONGE, Marinus de. The Testament of Levi and “Aramaic Levi”. In: Jewish eschatology, early Christian Christology and the Testaments of the Twelve Patriarchs. Leiden: Brill, 1991. p. 244-262.

KISTER, Menahem. The tree of life and the turning sword: Jewish biblical interpretation, symbols, and theological patterns and their Christian counterparts. In: BOCKMUEHL, M. and STROUMSA, G. G. Paradise in Antiquity. Cambridge: Cambridge University Press, 2010. p. 138-155.

KOESTER, Craig R. Revelation – A New Translation with Introduction and Commentary (The Anchor Bible). New Haven/London: Yale University Press, 2014.

MACASKILL, Grant. Paradise in the New Testament. In: BOCKMUEHL, M. and

STROUMSA, G. G. Paradise in Antiquity. Cambridge: Cambridge University Press, 2010. p. 64-81.

MARTÍNEZ, Florentino García; TIGCHELAAR, Eibert J. C. (eds.). The Dead Sea Scrolls Study Edition. Leiden; New York; Köln: Brill, 1999. 2 v.

MELO NETO, João Cabral. Morte e vida severina. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2000.

MILLER, Shem. The Role of Performance and the Performance of Role: Cultural Memory in the Hodayot. JBL, v. 137, n. 2, p. 359-382, 2018.

NESTLE-ALAND. Novum Testamentum Graece. 28. ed. rev. Münster: Deutsche Bibel Gesselsachft, 2012. Edição com introdução em português pela Sociedade Bíblica do Brasil.

PENNER, Ken. Realized or Future Salvation in the Hodayot. Journal of Biblical Studies, v. 2, p. 1-49, 2002.

RIOS, Cesar M. Anotações sobre a água da vida no Apocalipse: mensagem de vida em um mundo de morte. Estudos Teológicos, v. 59, n. 2, p. 430-442, 2019.

SIN-LÉQI-UNNÍNNI. Ele que o abismo viu: epopeia de Gilgamesh. Tradução do acádio, introdução e comentários de Jacyntho Lins Brandão. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.

SMITH, Christopher R. The Portrayal of the Church as the New Israel in the Names and Order of the Tribes in Revelation 7.5-8. Journal for the Study of the New Testament, v. 39, p. 111-118, 1990.

SWETE, Henry Braclay. Commentary on Revelation. Grand Rapids: Kregel, 1977.

WRIGHT, Robert B. The Psalms of Solomon: A Critical Edition of the Greek Text. New York: T&T Clark, 2007.

Downloads

Publicado

2020-06-29

Como Citar

RIOS, Cesar Motta. A árvore da vida no Apocalipse: manutenção de uma nova vida. Fronteiras - Revista de Teologia da Unicap, Recife, PE, Brasil, v. 3, n. 1, p. 198–221, 2020. DOI: 10.25247/2595-3788.2020.v3n1.p198-221. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/fronteiras/article/view/1602.. Acesso em: 19 maio. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 117

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.