Estado “cristão” e Neoliberalismo: uma heresia. Não podeis servir a dois senhores (Mt 6,24)
DOI:
https://doi.org/10.25247/2595-3788.2019.v2n2.p192-215Palavras-chave:
Cristianismo, Política, Fundamentalismo Religioso, Capitalismo neoliberalResumo
O labor teológico contém, de uma forma ou de outra, a dimensão histórica-social. O discurso está situado no contexto do teólogo que, em sintonia com sua comunidade de fé, interpreta a realidade à luz da Revelação. Não há como omitir-se diante das grandes questões que atemorizam a humanidade. O texto aborda o avanço do fundamentalismo sobre o conjunto da sociedade, a partir de duas frentes principais: a econômica neoliberal e a religiosa cristã. A caracterização de ambos fundamentalismos é ponto de partida para identificar as consequências perversas sobre a política: aniquilamento da democracia, asfixia da política, privatização do Estado e, a principal, governo do dinheiro e exclusão dos pobres. Religião (Cristianismo) e dinheiro (capitalismo) podem conviver? O capitalismo é realmente um parasita do Cristianismo? (Walter Benjamin). É possível implementar um “Estado cristão” (fundamentalismo religioso) no neoliberalismo (Fundamentalismo econômico)? Em Jesus Cristo se encontra a contradição absoluta entre Cristianismo e capitalismo neoliberal: a sentença “não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24) aplica-se também à esfera da política. Nem Deus, nem o mercado. A dignidade humana, o bem comum e a justiça são os fundamentos da política.
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