A PEDAGOGIA DAS MULHERES NEGRAS NO SÉCULO XIX: DORORIDADE E RESISTÊNCIA

Autores

  • Adriana Minervina da Silva Autor

Palavras-chave:

Violência colonial, Pedagogia das mulheres negras, Um defeito de cor

Resumo


Este estudo é parte de uma tese de doutorado que tem por objetivo analisar a narrativa de Um defeito de cor, da escritora Ana Maria Gonçalves. Nesse recorte, propomos observar no romance citado momentos em que a pedagogia das mulheres negras contribui como movimentos de resistência à violência colonial. Ambientada no início do século XIX, a narrativa abarca a história de vida de Kehinde, uma mulher negra, nascida em Savalu, África, capturada e trazida ao Brasil para ser escravizada ainda quando criança. Ao longo de sua vida, Kehinde enfrenta muitos desafios pela necessidade de conviver em uma sociedade escravocrata, sob os efeitos da colonialidade do poder (QUIJANO, 2005), de gênero (LUGONES, 2014) e de tantas outras violências. Nesse contexto, Kehinde sofre diversos abusos, partilhando a dororidade (PIEDADE, 2017) entre as demais mulheres negras as quais convivia, aprendendo delas estratégias diversas de como sobreviver estando exposta a uma vida de hostilidades, cultivando em si a força necessária para obter sua liberdade e sucesso financeiro. Entre tais ensinamentos, destacamos, a sabedoria ancestral, a manutenção da fé, os ofícios ensinados/aprendidos, o despertar da consciência de sua condição de escravizada.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BERNARDINO-COSTA, Joaze. GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, vol 31, no.1, janeiro-abril, 2016.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecendo o feminismo. Revista Ártemis, vol XXVII, n.01; jan-jun, 2019.

COLLINS, Patricia Hill. Epistemologia feminista negra. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón.(Org). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.

GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Record, 2016.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas. Florianópolis, vol.22, n. 320, p.935-952, setembro/dezembro, 2014.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro. Processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra S/A; 1978.

PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo: Editora Nós, 2017.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In:LANDER, E. (Org). A Colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, Clacso, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, 2005.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Downloads

Publicado

2024-04-05

Como Citar

A PEDAGOGIA DAS MULHERES NEGRAS NO SÉCULO XIX: DORORIDADE E RESISTÊNCIA. (2024). COLÓQUIO DE HISTÓRIA DA UNICAP, 17, 157-168. https://www1.unicap.br/ojs/index.php/coloquiodehistoria/article/view/2648

Artigos Semelhantes

11-20 de 47

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.