A servidão involuntária: trabalho, educação e enraizamento em Simone Weil [The involuntary servitude: work, education and rooting in Simone Weil]
DOI:
https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2013.v1n2.p97-114Resumo
Neste artigo apresentamos uma introdução ao pensamento social da fi lósofa judia francesa Simone Weil, tendo como eixo a articulação de trabalho e educação à luz da categoria de enraizamento. Peregrinando de corpo e alma junto a operários, mineiros e camponeses, Simone Weil oferece ao mundo contemporâneo uma das mais consistentes contribuições refl exivas em favor da superação da opressão social imposta aos trabalhadores da produção, cuja “carne de trabalho” é por ela assumida como locus hermenêutico de uma radical reposição da questão sobre o sentido do humano. Na contramão da histórica divisão social do trabalho que promove a degradação do labor manual, Simone mostra que uma civilização não atinge o estatuto humano se aqueles que contribuem com as suas mãos para edifi cá-la não levam, de direito e de fato, uma vida humana. Na perspectiva dessa transgressão civilizatória, tratava-se de assegurar aos trabalhadores da produção os “alimentos” para a satisfação de suas necessidades humanas básicas, mas também sua plena inserção na vida do espírito, seja pela apropriação da cultura “clássica” e universal que lhes é sonegada, seja pela afi rmação da cultura – única e inestimável – enraizada em sua experiência vital. Em suma, a perspicácia subversiva do pensamento de Simone Weil está em mostrar que a opressão social não somente usurpa a dignidade de operários e camponeses, como empobrece a própria civilização, ao privá-la de uma espiritualidade que só pode nascer do corpo e da alma dos trabalhadores.Downloads
Os dados de download ainda não estão disponíveis.
Downloads
Publicado
2015-01-14
Edição
Seção
Artigos
Licença
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas . Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais , podem limitar o uso do material.
Como Citar
SANTOS, Luciano Costa. A servidão involuntária: trabalho, educação e enraizamento em Simone Weil [The involuntary servitude: work, education and rooting in Simone Weil]. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 13, n. 2, p. 97–114, 2015. DOI: 10.25247/P1982-999X.2013.v1n2.p97-114. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/475.. Acesso em: 23 dez. 2024.