A ética do rosto [The ethics of the visage]

Autores

  • José Tadeu Batista de Souza UNICAP

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2011.v1n1.p171-192

Resumo

O texto tem como objetivo apresentar a concepção de rosto no pensamento de
Levinas. Inicialmente expõe breves considerações sobre o rosto em Franz
Rosenzweig, Max Picard e na Bíblia. Em seguida, apresenta a reflexão levinasiana.
Esforça-se para mostrar que a ideia de rosto assimilada por Levinas é um componente
originariamente novo na reflexão filosófica ocidental. Ele pensa-o para
além da positividade que se dispõe à descrição fenomenológica e a tematização
teórica da racionalidade cognitiva. As análises de Levinas apresentam o rosto
articulado com a experiência ética. Nessa experiência, a subjetividade encontra a
possibilidade de abrir-se à transcendência e instaurar uma noção de sentido que
transborda a racionalidade ontológica. O movimento de abertura ao outro faz
reluzir o brilho do rosto, que propõe a oferta do mundo e das coisas como ato de
doação gratuita. A abertura para o outro, a inversão da prioridade do eu instauram
um novo sentido para o humano na proximidade do outro: preocupar-se com
as suas solicitações, ter-lhe como hóspede permanente e responsabilizar-se por
ele, até por sua responsabilidade, eis o que Levinas propõe para o humano
entendido como rosto. O rosto não é uma imagem, um órgão do corpo, nem uma
expressão do olhar, mas o sentido profundo do humano aberto para a alteridade.

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Publicado

2012-01-13

Como Citar

SOUZA, José Tadeu Batista de. A ética do rosto [The ethics of the visage]. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 11, n. 1, p. 171–192, 2012. DOI: 10.25247/P1982-999X.2011.v1n1.p171-192. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/26.. Acesso em: 23 dez. 2024.