Texto Francisco Libório | Imagens Maria Aline Moraes
As interfaces e convergências da fotografia foi o assunto predominante das mesas de discussões do terceiro dia do Pequeno Encontro de Fotografia, que acontece no em Sítio Histórico de Olinda. Aberto no dia 18, o encontro segue até sábado. Além das oficinas, cujos resultados serão expostos ao final do evento, o encontro conta ainda com mesas de discussão, palestras e projeções.
A programação da noite de ontem (20) contou com a presença maciça dos alunos do Curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco. A primeira atividade foi a mesa redonda “Intermídias em coletivos fotográficos”, com participação de Alejandro Zambrana e Ana Lira, do Coletivo Trotamundos (SE), Gabriel Furtado, do Média Sana (PE) e Renato Spencer, do Santo Ateliê (PE).
A fala dos representantes dos coletivos foi acompanhada da projeção dos seus trabalhos, que demonstram uma característica comum: o hibridismo da fotografia. O primeiro a falar foi Gabriel Furtado, do Media Sana, coletivo que experimenta uma interação entre música, vídeo e jornalismo. “Reciclamos imagens televisivas, anúncios publicitários, manchetes de jornal, textos e depoimentos, recombinando-os sob ótica do cidadão”, explicou Furtado.
Depois foi a vez de Alejandro Zambrana e Ana Lira, do coletivo Trotamundos defenderem o aspecto discursivo da fotografia e o seu papel social. “Para nós, mais do que a técnica fotográfica, interessa-nos o discurso e a linguagem”, resume Ana Lira. O coletivo sergipano desenvolve projetos nas áreas de produção fotográfica, estudo de linguagem, formação e discussão da fotografia.
Em seguida, Renato Spencer, do O Santo Ateliê, relatou as experimentações do coletivo calcadas na interação entre a tecnologia analógica e a digital. Surgido em 2005, em Recife, O Santo Ateliê defende o diálogo entre o fazer fotográfico analógico e as novas tecnologias.
Encerrando as discussões da noite, o mineiro Eustáquio Neves falou sobre Arte Contemporânea e Fotografia. Ganhador de vários prêmios no Brasil e no exterior, Neves tem um trabalho marcado pela técnica alternativa, que consiste na manipulação de negativos e cópias no momento das ampliações fotográficas. Em três décadas de carreira, produziu obras importantes para a fotografia brasileira, com referências à memória e às questões raciais.