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Neste curso abordarei o ator como forma fílmica dentro das teorias que discutem o ator no cinema e no teatro (fonte primaria do trabalho do ator). Serão analisados o corpo do ator, seu programa gestual, os métodos de atuação, a influência da sua persona, são, assim, tornados objetos de análise estética pois configuram-se em nichos de produção de sentido fílmico. “O ator é uma forma cinematográfica da mesma maneira que o enquadramento e a luz; o ator não pode ser reduzido a um significante do qual o personagem seria o significado.” (BRENEZ,1992-1993,p.89)
Entender o ator como forma cinematográfica pressupõe ultrapassar o discurso crítico e seus meros juízos de valor sobre a veracidade de uma interpretação ou a qualidade da mimesis. Buscar momentos de autoria no trabalho dos atores significa analisar esteticamente a encarnação concreta de um personagem e os efeitos que daí advêm: a inscrição do seus métodos de interpretação numa historiografia das formas fornecidas pelo modelo teatral, as referências plásticas dessa encarnação, a qualificação e a quantificação do programa gestual do ator, as condições simbólicas e práticas da construção de um personagem.
Para inscrever a discussão do ator na historiografia do cinema será necessário estudar a concepção clássica do ator, subdividindo nas categorias e escolas abaixo:
A) O ator do primeiro cinema e do cinema silencioso: Lillian Gish, Chaplin, Buster Keaton.
B) A Escola Estadunidense ou Hollywoodiana: Marlon Brando, Al Pacino, Meryl Streep
C) O ator de inspiração europeia, autoral: Isabelle Huppert, Ian McKellen, Jacques Tati
D) O ator oriental, e as técnicas físicas: Toshiro Mifune, Machiko Kyō, Tatsuya Nakadai
E) O ator contemporâneo: Joaquim Phoenix e Irandhir Santos