ABRIGO DA MEMÓRIA
O arbítrio do presente momento nos impele a um inevitável processo de ressignificação dos espaços e dos objetos. O confinamento nos faz perceber que a CASA, para além de proteção física e abrigo da memória, representa uma possibilidade de reconstrução do próprio ser.
Aqui, o corpo, as luzes e os objetos ganham uma potência simbólica ao terem suas próprias formas condicionadas a uma apreensão antropológica e cósmica na medida da contemplação. O recorrente uso de sombras e projeções assinala de maneira inversa a metáfora do mito da caverna de Platão, onde neste caso os indivíduos que já tinham acesso irrestrito ao mundo exterior se vêem obrigados a retornar à clausura, restando a eles a possibilidade de repovoar os fragmentos e vestígios das próprias sombras e memórias.
Fotos e texto: Renatto Mendonça