“Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, cristãos, não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos. Não podemos! Devemos nos envolver na política porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, porque ela procura o bem comum.”
Papa Francisco, Vaticano, 2015.
A Comissão Justiça e Paz de Brasília (CJP-DF), realiza no próximo dia 2 de abril, a 43ª “Conversa de Justiça e Paz”, com o tema: “Eleições 2018: sinal de esperança para a democracia brasileira”. A fim de desenvolver a reflexão e fomentar o debate com a sociedade, o convidado é o professor Claudio Lemos Fonteles, ex-Procurador-Geral da República e professor da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília.
A propósito do tema, realçado pela estimulante observação do Papa Francisco, neste delicado momento da história, cabem algumas indagações:
Como deve ser o envolvimento dos cristãos na política?
O desgaste ético dos partidos e dos políticos justifica atitudes de indiferença, desprezo e apatia em relação à nossa ainda jovem democracia representativa?
E quanto às manifestações de ódio e intolerância, as quais infelizmente inundam nossas redes sociais atualmente, afetando a disposição para o diálogo fraterno e o livre debate de ideias e que acrescentam novos elementos de violência no processo eleitoral que se aproxima?
Como desarmar os espíritos e restaurar o respeito ao pluralismo e à convivência pacífica, condições para a estabilidade institucional?
Ao mesmo tempo, e apesar desse quadro social preocupante, estamos diante de uma nova oportunidade constitucional de renovação do compromisso democrático por meio das eleições gerais de 2018. Um sinal de esperança de que haverá garantias para que possamos decidir livremente sobre os destinos do país nas urnas novamente. Portanto, é tempo de nos prepararmos e de refletirmos sobre o nosso dever de cristão tão claramente expresso nas palavras do Papa Francisco, quando nos interpela: “a política está muito suja, mas eu me pergunto: está suja por quê? Porque os cristãos não se envolveram nela com espírito
evangélico? É uma pergunta que eu faço. É fácil dizer que a culpa é dos outros… Mas eu, o que eu faço? Isto é um dever! Trabalhar pelo bem comum é um dever do cristão.”
O professor Fonteles, palestrante do dia, ingressou no Ministério Público Federal em 1973. Exerceu o cargo de Procurador-Geral da República de 2003 a 2005. É graduado em Direito pela Universidade de Brasília (1969), onde também concluiu o Mestrado em Direito (1983). Exerceu o magistério por quase 40 anos, tendo lecionado as disciplinas Direito Penal e Processual Penal (1971-2002), na UnB, UniCeub e Escola Superior de Magistratura – seção Distrito Federal e Fundação Escola Superior do Ministério Público do DF e Territórios. No Centro Universitário de Brasília (UniCeub) e no Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), foi professor titular de Direito Processual Penal. Claudio Fonteles é membro leigo da Ordem de São Francisco.
Assim, pois, reforçamos o convite à toda a comunidade para a Conversa de Justiça e Paz, no dia 2 de abril, às 19h., na Cúria Metropolitana, junto à Catedral. O evento terá transmissão ao vivo pelo perfil da Comissão Justiça e Paz de Brasília no Facebook e será veiculado na programação da TV Comunitária de Brasília, canal 12 da Net.
Comissão Justiça e Paz de Brasília – CJP-DF