O Observatório da Covid-19 nos Quilombos é uma plataforma online que reúne dados epidemiológicos da pandemia do novo coronavírus entre quilombolas de todo o Brasil. Acesse a Plataforma aqui
O monitoramento, realizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e pelo Instituto Socioambiental (ISA), apresenta casos monitorados, confirmados e óbitos decorrentes da Covid-19 entre quilombolas.
Até o momento, foram registrados 185 casos e 45 mortes por Covid-19 nos quilombos em todo o Brasil. Desde o primeiro óbito, tem morrido 1 quilombola por dia.
O Pará é, até o momento, o estado com maior número de óbitos confirmados: 15. Amapá aparece na segunda posição com nove óbitos confirmados, seguido por Pernambuco com sete e Rio de Janeiro com seis.
A Conaq tem chamado atenção para fatores estruturais alarmantes com consequências no alastramento da pandemia nos territórios quilombolas.
Tanto as secretarias de saúde como o próprio Ministério da Saúde não têm dado atenção adequada às comunidades negras. Dados da transmissão da Covid-19 nos territórios estão subnotificados. Muitas secretarias municipais deixaram de informar números de contaminação e óbitos entre quilombolas.
“A CONAQ tem a preocupação de mensurar o real impacto da Covid-19 nos quilombos, haja vista a subnotificação por parte do Estado brasileiro, o não cumprimento dos direitos constitucionais, a não efetivação da titulação definitiva dos territórios. O não acesso às políticas públicas, são fortes complicadores no combate ao novo coronavírus (covid 19), que requer condições mínimas de higiene, segurança territorial e alimentar. A maioria dos territórios estão distantes de hospitais estruturados e próximos a municípios onde a saúde é sucateada e onde não chegam nem mesmo os testes rápidos, mais uma vez, deliberadamente a população quilombola desse país é colocada no esquecimento, na invisibilidade e excluído do processo de distribuição das políticas públicas. Neste sentido, a plataforma tem o objetivo de concentrar as informações em um espaço com frequentes atualizações.”, afirma Sandra Maria Andrade, coordenadora Executiva da Conaq.
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