O Brasil realmente está preparado para o Enem 2020?

Durante a pandemia do novo Coronavírus, o mundo teve que reinventar hábitos para se inserir novamente na sociedade devido ao distanciamento social. Porém, essas novas práticas exigem novas estruturas, e aparelhos, devido a tecnologia, e nem todos estão preparados.

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No Brasil, um dos maiores problemas está na educação. Alunos de todas as idades tiveram que se submeter ao sistema de ensino remoto de forma inesperada, por meio de aparelhos tecnológicos. Além disto, é necessário ressaltar que 39% dos domicílios do país não têm uma forma que seja de acesso a internet, segundo o IBGE.

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Diante deste cenário, o Ministério da Educação manteve as datas de realização do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), previstas para 1° e 8 de novembro, com o objetivo de não perder toda uma geração de profissionais futuros.

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Os dados socioeconômicos do IBGE demonstram as desigualdades em que os brasileiros vivem, com oportunidades diferentes para quem tem acesso a internet e um lar estruturado. Além disso, ainda há a pressão psicológica decorrida do novo cenário mundial, onde os estudantes precisam lidar com o estudo, em meio a perda de parentes, amigos, desemprego na família, precauções com a doença em si e outros infortúnios trazidos pela Covid-19.

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Em resposta a posição do MEC, foram realizadas diversas manifestações virtuais, algumas a favor e, a maioria, contrárias. Foram publicadas paródias do comercial do Enem 2020, além da criação da hastag #adiaenem, e abaixo-assinados pedindo pelo adiamento da prova. Foram inúmeras as mensagens de repúdio de artistas, profissionais de todas as áreas, e a sociedade em geral.

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O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu para o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) se manifestar sobre o cronograma do ENEM 2020. Caso acate o Parecer Interno, o TCU tem poder para forçar o INEP a adiar as provas. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nas redes sociais que o Enem pode ser adiado “um pouco”, mas permanecerá para este ano. Por outro lado, o ministro Gurgel Faria, do Superior Tribunal da Justiça (STJ), negou o pedido de entidades estudantis para adiamento das provas. Uma guerra de braços com um futuro incerto.

📸: INEP

📝: Ernani Tavares

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