A Rede Solidaria em Defesa da Vida é um grupo que reúne professores e outros profissionais ligados à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que surgiu para colaborar com o poder público no enfrentamento à pandemia do Coronavírus.
A Rede aderiu a campanha Vidas iguais, que ocorre em alguns estados do país, a fim de garantir aos cidadãos e cidadãs o mesmo direito de acesso a quaisquer leitos hospitalares, seja no sistema privado ou público de saúde, para o tratamento da Covid-19. A proposta principal é que todas as vagas de enfermarias e UTIs fiquem a disposição da Central de Regularização de Leitos.
Integrante da Rede, a vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Dra Bernadete Peres, ressaltou a urgência para que o Estado brasileiro regule a fila de pacientes em função da necessidade dos casos clínicos, sem distinção de classe social. Segundo ela, por causa da pandemia é fundamental que o poder público evite que pacientes tenham o acesso aos leitos por critérios financeiros.
Um dos fatos que gerou preocupação da Rede Solidária foi a manifestação da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), que pleiteou à Agência Nacional de Saúde (ANS) a retomada de cirurgias e procedimentos eletivos, que foram radicalmente reduzidos em decorrência do surto de Covid-19. A ideia é que se adote com os pacientes infectados pelo Coronavírus o mesmo modelo dos transplantes de órgãos, que tem uma lista única para recepção dos órgãos doados.
Ainda segundo a professora Bernadete Perez, que é professora de Medicina Social da UFPE, o argumento da campanha Vidas Iguais, que surgiu pioneiramente na Espanha, tem respaldo legal conforme o artigo 5º da Constituição Federal de 1988 que abre precedente para estados e municípios assumirem a gestão integral da saúde.
Matéria: Wilma Santos / Imagem: UFPE