EXPRESSÃO LIVRE – MATÉRIA DA QUINTA

A perseverança de algumas mulheres tem sido um alerta para o crescimento do feminicídio em nosso país. Um exemplo disso é a trajetória da capoeira Cristiana Soares de Farias. Mulher, nordestina, negra, lésbica, professora e enfermeira, ela teve uma vida comprometida e dedicada à educação, à arte e à cultura. Cristiana se destacou numa atividade majoritariamente ocupada por homens, ainda na década de 90. Conhecida como Cris Nagô, ela foi contramestra do Grupo Capoeira Nagô – que sofreu uma rasteira da violência contra mulher.

A capoeirista ficou conhecida internacionalmente por sua luta por igualdade e contra vários preconceitos. A sua última missão foi fundar o movimento feminino Maria do Camboatá onde as mulheres capoeiristas a tinham como uma mentora.

A capoerista Cristina Soares faleceu este ano e deixou um legado de dedicação, cuidado, força, amor, solidariedade, compromisso e luta, principalmente, na busca pela inserção, permanência e protagonismo da mulher na capoeira. 

Em suas falas reafirmava o compromisso de “unir mulheres, para mostrar os nossos valores de várias formas, mostrando vários estilos de capoeira, danças, para que a mulher tenha uma posição na capoeira paraibana realmente de valor.”   

Hoje o movimento inspirado nela é chamado Mestra Cris, em sua homenagem.

📸 Site UFBA
📝 Wilma Santos

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