A África de Sul está com um terço dos casos de contaminados por Covid-19 de todo o continente africano, fator que levou o presidente Cyril Ramaphosa a decretar quarentena nacional de 21 dias. Para Ramaphosa, a providência tomada é determinante para salvar vidas. Movimentos de operários e favelas da África do Sul, manifestaram insatisfação com o sistema político, pois o governo não tem intervindo para proteger os trabalhadores e os mais pobres durante a pandemia.
Denúncias feitas por entidades sindicais evidenciaram um descaso do governo africano com estas classes, à exemplo do Sindicato Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul, que denunciou que os pacientes não estão sendo assistidos nem pela empresa em que trabalham nem pelo governo. Diante da necessidade de fechar, as companhias deixaram um amparo de apenas 10 dias para os trabalhadores. Há uma cobrança feita ao governo, para que projetem ações de apoio tendo em vista os impactos socioeconômicos da pandemia, para assegurar alimentação, higiene básica e que a hospitalização privada seja aberta a todos.
Um outro desafio enfrentado pelos africanos é o isolamento proposto pelo presidente, que não visualiza a população mais pobre. Favelas africanas, em alguns casos, possuem apenas uma torneira para todos os moradores, como se conseguirão se isolar fisicamente? A falta de saneamento básico em algumas áreas também levanta a questão da necessidade de constante higiene com as mãos.