5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

ENTRADA FRANCA
Local: Cinema São Luiz
Programação

06/12 – SEGUNDA-FEIRA

20h – Sessão de Abertura
CARNAVAL DOS DEUSES – Tata Amaral (Brasil, 9 min, 2010, fic)
MEU COMPANHEIRO – Juan Darío Almagro (Argentina, 25 min, 2010, doc)
LEITE E FERRO – Claudia Priscilla (Brasil, 72 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 16 anos

07/12 – TERÇA-FEIRA

14h
A VERDADE SOTERRADA – Miguel Vassy (Uruguai/ Brasil, 56 min, 2009, doc)
ROSITA NÃO SE DESLOCA – Alessandro Acito, Leonardo Valderrama (Colômbia/ Itália, 52 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

16h
KAMCHATKA – Marcelo Piñeyro (Argentina/ Espanha/ Itália, 103 min, 2002, fic)
Classificação indicativa: livre
18h
A BATALHA DO CHILE II – O GOLPE DE ESTADO – Patricio Guzmán (Chile/ Cuba/ Venezuela/ França, 90 min, 1975, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

20h
VIDAS DESLOCADAS – João Marcelo Gomes (Brasil, 13 min, 2009, doc)
PERDÃO, MISTER FIEL – Jorge Oliveira (Brasil, 95 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 14 anos

08/12 – QUARTA-FEIRA

14h – Audiodescrição
AVÓS – Michael Wahrmann (Brasil, 12 min, 2009, fic)
ALOHA – Paula Luana Maia, Nildo Ferreira (Brasil, 15 min, 2010, doc)
CARRETO – Marília Hughes, Claudio Marques (Brasil, 12 min, 2009, fic)
EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO – Daniel Ribeiro (Brasil, 17 min, 2010, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual.
Classificação indicativa: 12 anos

16h
HÉRCULES 56 – Silvio Da-Rin (Brasil, 94 min, 2006, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

18h
DIAS DE GREVE – Adirley Queirós (Brasil, 24 min, 2009, doc)
PARAÍSO – Héctor Gálvez (Peru/ Alemanha/ Espanha, 91 min, 2009, fic)
Classificação indicativa: 12 anos

20h
ABUTRES – Pablo Trapero (Argentina/ Chile/ França/ Coréia do Sul, 107 min, 2010, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

09/12 – QUINTA-FEIRA

14h – Audiodescrição
PRA FRENTE BRASIL – Roberto Farias (Brasil, 105 min, 1982, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual.
Classificação indicativa: 14 anos

16h
A CASA DOS MORTOS – Debora Diniz (Brasil, 24 min, 2009, doc)
CLAUDIA – Marcel Gonnet Wainmayer (Argentina, 76 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 14 anos

18h
ALOHA – Paula Luana Maia / Nildo Ferreira (Brasil, 15 min, 2010, doc)
AVÓS – Michael Wahrmann (Brasil, 12 min, 2009, fic)
CINEMA DE GUERRILHA – Evaldo Mocarzel (Brasil, 72 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

20h
GROELÂNDIA – Rafael Figueiredo (Brasil, 17 min, 2009, fic)
MUNDO ALAS – León Gieco, Fernando Molnar, Sebastián Schindel (Argentina, 89 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

10/12 – SEXTA-FEIRA

14h
ENSAIO DE CINEMA – Allan Ribeiro (Brasil, 15 min, 2009, fic)
108 – Renate Costa (Paraguai/ Espanha, 91 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

16h
VLADO, 30 ANOS DEPOIS – João Batista de Andrade (Brasil, 85 min, 2005, doc)
Classificação indicativa: 14 anos

18h
A HISTÓRIA OFICIAL – Luis Puenzo (Argentina, 114 min, 1985, fic)
Classificação indicativa: 12 anos

20h
XXY – Lúcia Puenzo (Argentina/ França/ Espanha, 86 min, 2006, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

11/12 – SÁBADO

14h
O FILHO DA NOIVA – Juan José Campanella (Argentina/ Espanha, 124 min, 2001, fic)
Classificação indicativa: livre

16h
HALO – Martín Klein (Uruguai, 4 min, 2009, fic)
ANDRÉS NÃO QUER DORMIR A SESTA – Daniel Bustamante (Argentina, 108 min, 2009, fic)
Classificação indicativa: 12 anos

18h
MARIBEL – Yerko Ravlic (Chile, 18 min, 2009, fic)
O QUARTO DE LEO – Enrique Buchichio (Uruguai/ Argentina, 95 min, 2009, fic)
Classificação indicativa: 14 anos

20h
MÃOS DE OUTUBRO – Vitor Souza Lima (Brasil, 20 min, 2009, doc)
JURUNA, O ESPÍRITO DA FLORESTA – Armando Lacerda (Brasil, 86 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

12/12 – DOMINGO

14h
DOIS MUNDOS – Thereza Jessouroun (Brasil, 15 min, 2009, doc)
AMÉRICA TEM ALMA – Carlos Azpurua (Bolívia/ Venezuela, 70 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

16h
CARRETO – Marília Hughes, Claudio Marques (Brasil, 12 min, 2009, fic)
BAILÃO – Marcelo Caetano (Brasil, 17 min, 2009, doc)
DEFENSA 1464 – David Rubio (Equador/ Argentina, 68 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

18h
O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS – Cao Hamburger (Brasil, 110 min, 2006, fic)
Classificação indicativa: 10 anos

20h
EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO – Daniel Ribeiro (Brasil, 17 min, 2010, fic)
IMAGEM FINAL – Andrés Habegger (Argentina, 94 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

www.cinedireitoshumanos.org.br

Pesquisa aponta que escolas são ambientes hostis a homossexuais

24/11/2010

Uma pesquisa sobre homofobia nas escolas aponta despreparo dos professores para lidar com um tema presente no dia a dia dos estudantes. A escola dificulta que o aluno assuma sua posição homossexual e o conhecimento sobre a existência da homofobia no ambiente escolar é maior entre alunos do que entre professores.

A pesquisa foi realizada com recursos do Ministério da Educação (MEC) e apresentada nesta terça-feira (23) durante o seminário “Escola sem Homofobia”, promovido pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.

O levantamento foi feito em 11 capitais do País e mais de 1,4 mil pessoas foram entrevistadas, entre alunos, professores, diretores de escola, gestores de secretarias de ensino e outros profissionais do setor, como merendeiros, por exemplo. O estudo foi feito entre abril e setembro deste ano, em quatro escolas de cada cidade, sempre com alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.

Um dos problemas identificados pela pesquisa é que a educação sexual não é uma disciplina aplicada de forma sistemática.

Além da falta de preparo, os professores também alegam falta de tempo e até de interesse sobre o assunto. A grade curricular também limitaria a abordagem de temas ligados à homossexualidade. As conseqüências para o jovem homossexual, ao não encontrar um ambiente amigável na escola seriam tristeza, depressão, baixa autoestima, evasão e violência, aponta o estudo.

Fonte: http://cenag.uol.com.br/noticias_ler.php?id=NDEwNw==

Desemprego recua para menor taxa na série histórica do IBGE

A taxa de desemprego média nas seis principais regiões metropolitanas do país foi de 6,2% em setembro, desacelerando frente aos 6,7% contabilizados em agosto, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice é o menor registrado na série histórica, iniciada em março de 2002.

Na comparação com setembro de 2009, houve queda de 1,5 ponto percentual –a taxa havia ficado em 7,7% naquele mês.

* Veja a página de classificados de empregos
* Criação de emprego formal chega a 246.875 vagas no mês e fica abaixo do esperado
* Cresce número de jovens no Brasil que não estuda nem trabalha

O IBGE registrou em setembro uma média de 1,5 milhão de pessoas desocupadas –o menor contingente da série histórica–, com queda de 7,5% no confronto mensal e de 17,7% ante igual período em 2009.

A população ocupada média em setembro foi de 22,3 milhões de trabalhadores, o que indica alta de 0,7% ante agosto e 3,5% em relação a setembro do ano passado.

Já a renda média do trabalhador cresceu 1,3% ante agosto e 6,2% frente ao mesmo intervalo no ano passado, ficando em R$ 1.499,00.

O IBGE mede a situação do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Cerca de 44 mil domicílios são pesquisados.

Fonte: Universo on line

Fidel assume culpa pela onda homofóbica em Cuba há 50 anos

31/08/2010 – 13h38

HAVANA (Reuters) – O ex-presidente cubano Fidel Castro assumiu a culpa pela onda homofóbica empreendida por seu governo há quase cinco décadas, quando marginalizou os homossexuais e os enviou a campos de trabalho agrícolas forçados, acusando-os de serem “contrarrevolucionários”, disse ele ao jornal mexicano La Jornada.

Fidel afirmou na segunda parte de uma entrevista publicada nesta terça-feira que é o principal responsável pela perseguição aos homossexuais na ilha há 50 anos e lamentou não ter corrigido essa falha por estar envolvido na defesa do país.

“Sim, foram momentos de grande injustiça, uma grande injustiça! Fomos nós que fizemos, fomos nós… Estou tentando diminuir minha responsabilidade em tudo isso, porque, pessoalmente, eu não tenho esse tipo de preconceito”, acrescentou.

“Escapar da CIA, que comprava tantos traidores, às vezes entre pessoas próximas, não era coisa fácil. Mas, no fim, de todas as formas, se tem que assumir a responsabilidade, assumo a minha. Não vou jogar a culpa nos outros”, afirmou.

Fidel, que acaba de completar 84 anos, reapareceu em público no começo de julho, após quatro anos de reclusão recuperando-se de uma doença.

Na segunda-feira, ele tinha dito, na primeira parte da entrevista ao La Jornada, que chegou a perder a vontade de viver, mas que hoje se sente ressuscitado e com muito por fazer.

O líder cubano nunca revelou qual foi a doença intestinal que o obrigou a transferir o poder a seu irmão Raúl em 31 de julho de 2006 e que classificou, no passado, como um segredo de Estado.

“Pense você em como eram os nossos dias nos primeiros meses da revolução: a guerra com os ianques, a questão das armas e, quase simultaneamente a eles, os planos de atentado contra minha pessoa”, afirmou. Mas ele reiterou: “Se alguém é responsável, sou eu”, disse, sobre o preconceito aos homossexuais.

Desde a década de 1990, o homossexualismo vem sendo mais tolerado na ilha, inclusive por militantes do Partido Comunista, ainda que os homossexuais não tenham parado completamente de receber o assédio da polícia.

A psicóloga cubana Mariela Castro Espín, filha do presidente Raúl Castro, converteu-se em uma defensora das minorias sexuais, promovendo, nos últimos anos, cirurgias de mudança de sexo e o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo.

“Estou preparando uma carta para a direção do PCC (Partido Comunista de Cuba), onde estou solicitando que essas pessoas (homossexuais) não sejam discriminadas pela sua orientação sexual ou orientação de gênero”, afirmou Mariela em declarações à imprensa nos últimos meses.
http://n.i.uol.com.br/ultnot/home/reuters.gif
(Reportagem de Nelson Acosta)

TSE barra primeiro candidato com base na lei Ficha Limpa

TSE diz que Ficha Limpa vale para casos anteriores a lei

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou hoje (25), por 5 votos a 2, o primeiro candidato com base na Lei da Ficha Limpa. O TSE também decidiu, pela primeira vez em um caso concreto, que os efeitos da lei se estendem a situações ocorridas sob a vigência de legislação anterior, que estabelecia penas mais brandas. Esse entendimento da corte deve ser aplicado em ações semelhantes. O candidato ainda pode recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O caso julgado pela TSE envolve o deputado estadual Francisco das Chagas (PSB-CE), cuja candidatura à reeleição foi negada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Ele foi condenado em 2006 por captação ilícita de voto.

No recurso apresentado do TSE, a defesa do candidato argumentou que Chagas já teria quitado todos os seus débitos com a Justiça Eleitoral, segundo a lei vigente à época da condenação. A lei em vigor na época só resultava em três anos de inelegibilidade.

O julgamento do caso começou no último dia 12, mas fui suspenso por dois pedidos de vista: um do ministro Ricardo Lewandowski e outro da ministra Carmen Lúcia.

O julgamento do caso se centrou em dois pontos. Em caráter preliminar, os magistrados analisaram se a aplicação da Ficha Limpa violaria o principio constitucional que diz que lei que altere processo eleitoral deve começar a vigorar um ano antes das eleições. Por 5 votos a 2, a corte negou tal argumento, defendido pelo relator Marcelo Ribeiro.

No julgamento de hoje, retomado após pedido de vista de Carmen Lúcia, os ministros também decidiram, por 5 votos a 2, negar o recurso e tornar o candidato inelegível. O principal argumento dos que votaram pelo indeferimento do registro é que a inelegibilidade não é pena, mas sim uma condição que deve ser verificada no momento do registro.

Débora Zampier
Da Agência Brasil

STF nega recurso e favorece adoção por casal gay no Paraná

Meses depois da decisão histórica do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que reconhecia o direito à adoção de crianças por um casal gay, o STF (Supremo Tribunal Federal) também decidiu a favor de casais homossexuais.

O Supremo Tribunal Federal garantiu o direito de um casal gay do Paraná a adotar uma criança, negando recurso do Ministério Público do Estado, que visava impedir que Toni Reis e David Harrad pudessem adotar filhos em conjunto.

O Tribunal de Justiça do Paraná havia determinado que a “limitação quanto ao sexo e à idade dos adotandos em razão da orientação sexual dos adotantes é inadmissível” em 11 de março de 2009. Já o Ministério Público do Paraná entrou com recurso junto ao Supremo Tribunal Federal, alegando a violação do artigo 226 da Constituição Federal e a impossibilidade de configuração de união estável entre pessoas do mesmo sexo.

O Supremo Tribunal Federal negou o recurso do Ministério Público paranaense, com base na argumentação do ministro Marco Aurélio, de que a questão debatida pelo Tribunal de Justiça do Paraná foi a restrição quanto ao sexo e à idade das crianças, e não a natureza da relação entre Toni e David, que já convivem maritalmente há 20 anos. Segundo o ministro, o recurso estava em “flagrante descompasso” com a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná.

Com a decisão do Supremo, volta a valer a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, de que o casal pode adotar em conjunto, e sem restrição quanto ao sexo ou à idade das crianças.

“Sinto orgulho de o STF ter respeitado os artigos 3º e 5º da Constituição Federal, que afirmam que não haverá discriminação no Brasil e que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, disse, em nota, Toni Reis, que é presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Já David se disse “emocionado depois de cinco anos de espera”. “Agora vou realizar meu sonho de exercer a paternidade e ser feliz ao lado do meu marido e nossos filhos”, acrescentou.

A decisão do STF foi proferida no dia 16 de agosto, mas só foi publicada no Diário do Supremo Tribunal Federal no dia 24. O relator do caso foi o ministro Marco Aurélio.

Histórico
Em abril de 2010, a 4ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconheceu, por unanimidade, que casais formados por homossexuais têm o direito de adotar filhos. A Turma, formada por cinco ministros, analisou um caso de duas mulheres que tiveram o direito de adoção reconhecido pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul. O Ministério Público do Estado, porém, recorreu ao STJ, que negou o pedido do MP ao entender que em casos do tipo é a vontade da criança que deve ser respeitada.

A decisão do STJ em abril permitiu que o casal formado pela psicóloga Luciana Reis Maidana e a fisioterapeuta Lídia Brignol Guterres adotassem duas crianças.

*Com informações da Folha.com

O direito de conhecer a verdade

NAVI PILLAY

As anistias que sepultam a verdade são suscetíveis a prejudicar a perspectiva de construção de sociedades justas e seguras no futuro

A recente sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos exigindo que o Brasil revise sua lei de anistia é um marco crucial na luta contra a impunidade em uma região que ainda precisa entender melhor e confrontar as atrocidades cometidas durante os conflitos internos das últimas décadas.
As leis de anistia que fazem vista grossa para os abusos de direitos humanos não só distorcem os registros históricos que todo país deve ter mas também minimizam o sofrimento das vítimas e prejudicam seu direito a conhecer a verdade e a obter uma reparação.
Os governos costumam justificar as leis de anistia em nome da rápida reconciliação nacional.
A história mostra, porém, que não responsabilizar os autores, além de negar a justiça às vítimas, pode gerar novos conflitos em vez de curar feridas. Quando anistias são concedidas na pressa de virar a página dos conflitos -ou pela sinistra razão de encobrir os abusos- sua revogação deve ser sempre uma opção aberta.
No entanto, na América do Sul e em outros lugares, o esquecimento continua sendo promovido. Isso acontece apesar de que, como a Corte sublinhou, deixar indefesas as vítimas e continuar com a impunidade são ações incompatíveis com o espírito da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
Um exemplo é o Brasil, onde o Supremo Tribunal Federal negou a possibilidade de alterar a lei de anistia de 1979, afirmando que os crimes cometidos durante a ditadura foram “atos políticos”.
No Chile, a lei da anistia continua vigente, após 32 anos, apesar do repúdio internacional e das tentativas fracassadas de condenar o ex-ditador Augusto Pinochet.
No Uruguai, o governo teve que intervir para impedir a promulgação de uma lei que teria permitido a libertação de autores de violações de direitos humanos devido à sua idade avançada. Nesse contexto, medidas para melhorar a prestação de contas são fundamentais.
Na Argentina, país com o maior número de julgamentos de direitos humanos no mundo, tribunais continuam presidindo casos de crimes contra a humanidade e graves violações de direitos humanos cometidos durante a guerra suja. O ex-ditador Rafael Videla está novamente respondendo por violações de direitos humanos.
A Argentina tem demonstrado que conhecer a verdade é um direito sem limites. E um direito que ninguém pode negar. Todos e cada sociedade têm o direito de saber quem violou seus direitos, por que, quando, onde e como os crimes foram cometidos, e de serem informados sobre o destino das vítimas.
Anistias que sepultam a verdade e isentam os responsáveis são suscetíveis a prejudicar a perspectiva de construção de sociedades justas e seguras no futuro. A impunidade fomenta o ressentimento e a falta de confiança nas instituições. Ela encoraja os autores a cometer novos crimes e pode encorajar outros a se juntarem aos infratores.
A posição da ONU sobre as anistias é claríssima: não são admissíveis se evitam o julgamento de pessoas que podem ser penalmente responsáveis por crimes de guerra, genocídio, crimes contra a humanidade ou violações graves de direitos humanos. Por outro lado, a anistia não deve pôr em perigo o direito das vítimas a recursos legais, incluindo a reparação, nem pode limitar seu direito e o das sociedades de conhecer a verdade.
O exercício desses direitos é incompatível com a impunidade. Os países do hemisfério Ocidental devem estar atentos à decisão da Corte Interamericana e prover a longa e negada justiça às vítimas de violações dos direitos humanos.

NAVI PILLAY é comissária das Nações Unidas para os direitos humanos.

Senado aprova obrigatoriedade de licença-maternidade de seis meses

Em Brasília
Adesão à licença-maternidade de seis meses cresce no país

Os senadores aprovaram nesta terça-feira (3), em segundo turno e por unanimidade, a proposta de emenda constitucional (PEC) que torna obrigatória a ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses. A proposta segue agora para votação na Câmara dos Deputados, antes de ser promulgada.

Atualmente, as funcionárias de empresas públicas já podem contar com 180 dias de licença pela gravidez e as que trabalham em empresas privadas têm garantia de quatro meses. Aquelas que atuam em empresas que participam do Programa Empresa Cidadã contam com o benefício estendido para seis meses. Entretanto, o programa, estabelecido pela lei nº 11.770, é de adesão voluntária e as empresas podem abater a despesa do Imposto de Renda.

O projeto do Senado, que muda o artigo da Constituição, é de autoria da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e foi aprovado hoje após passar em primeiro turno há cerca de um mês, antes do recesso parlamentar. “A criança é muito mais saudável e o custo Brasil é muito menor. A mãe volta a trabalhar mais produtiva e contribuindo muito mais para o desenvolvimento do Brasil”, disse.

Já a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) afirmou que o projeto auxilia principalmente as mães sem recursos financeiros para deixarem os filhos em creches.

Outros projetos
Nesta primeira semana após o recesso, o Congresso Nacional faz um esforço concentrado para a apreciação do maior número de matérias possíveis para que os parlamentares possam voltar às campanhas eleitorais na próxima semana.

Foram aprovadas quatro medidas provisórias (MPs), três propostas de emenda à Constituição (PECs), nove empréstimos a Estados e municípios, um projeto de lei que trata de seguro de plantações contra catástrofes naturais, além de nomeações para embaixadores e outras autoridades.

A PEC sobre a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão não foi apreciada. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional que alguém fosse impedido de atuar como jornalista por não ter o título. Agora, uma emenda constitucional pode tornar a formação superior novamente pré-requisito para exercer a profissão.

Entre as MPs aprovadas, está a medida provisória 483, que estabelece a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena, vinculada ao Ministério da Saúde –será a sexta secretaria pertencente à pasta. A medida segue para sanção presidencial.

Também foi aprovada em dois turnos a PEC 100/2010 que retira da União o monopólio sobre a produção, comercialização e uso de radioisótopos (elementos radioativos usados para fins medicinais). A PEC segue para a Câmara, onde também deve passará por dois turnos. Se sofrer alterações, volta ao Senado para depois ser promulgada pelo presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP). Caso seja aprovada, outras empresas poderão fabricar e distribuir tais elementos necessários para diagnóstico de doenças, como câncer, por exemplo.

Outra PEC aprovada foi a que inclui os servidores dos ex-territórios de Roraima e Amapá no quadro de funcionários da União, que também precisa ser apreciada na Câmara.

Os senadores aprovaram ainda a liberação de cerca de R$ 3 bilhões a vários ministérios por meio de medidas provisórias, incluindo verbas para da Educação com a instituição do Programa Especial de Fortalecimento do Ensino Médio, no valor de R$ 1,6 bilhão aos Estados e municípios.

Nos ministérios, os destaques foram para a pasta da Integração Nacional, que recebeu parte dos recursos para reconstrução das áreas atingidas por enchentes e secas; o de Defesa e das Relações Exteriores, referente à ajuda humanitária ao Haiti; e da Saúde, para a ampliação da vacinação contra a gripe H1N1.

No começo de setembro, um novo esforço concentrado deve ocorrer, entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro.
Fonte: Camila Campanerut, do UOL Notícias

Lula apela a razões humanitárias para evitar apedrejamento de iraniana

San Juan (Argentina)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou hoje que tenha feito um pedido de asilo político para a iraniana condenada à morte por apedrejamento, mas apelou a razões humanitárias para salvar sua vida e insistiu que seria recebida no Brasil “com os braços abertos”.
“Fiz um pedido humanitário, não político”, diz presidente Lula na Argentina

“Eu não fiz um pedido de asilo. Eu fiz um pedido mais humanitário do que uma coisa política”, argumentou Lula durante uma entrevista coletiva na cidade argentina de San Juan. “Eu como cristão acho que só Deus tem o direito de dar ou tirar a vida”.

Morrer apedrejada ou enforcada “não é humanamente aceitável”, sustentou o presidente depois de uma reunião bilateral com sua colega argentina, Cristina Fernández de Kirchner.

Lula fez questão de ressaltar que tem “um grande respeito” pelo Irã, país com o qual compartilha “uma amizade” e do qual não conhece as leis “a fundo”.

“Se houver disposição do Irã a conversar sobre esse assunto, nós teríamos um enorme prazer e essa mulher poderia vir ao Brasil”, declarou Lula, que afirmou respeitar a “soberania de cada país”.

No último fim de semana, Lula pediu “ao líder supremo do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que permita ao Brasil conceder asilo a esta mulher”.

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, afirmou hoje que Lula ofereceu asilo à mulher porque “desconhece seu caso”.

Sakineh Mohammadi Ashtiani, iraniana de 43 anos e mãe de dois filhos, foi punida inicialmente com 99 chicotadas. Depois disso, foi condenada à morte por apedrejamento.

A iraniana foi declarada culpada de ter tido “relações ilícitas” com dois homens em 2006 e está presa desde então. Várias campanhas internacionais defendem sua libertação e a anulação da condenação de apedrejamento.

Em maio passado, Lula interveio com sucesso junto a Ahmadinejad para pedir a libertação de uma cidadã francesa detida no Irã por participar de manifestações contra o Governo.
Fonte: Folha de São Paulo.

Chefe da prisão do Khmer Vermelho é condenado


O Tribunal da ONU para o Camboja declarou culpado de crimes contra a humanidadeo o ex-chefe de uma prisão do Khmer Vermelho, Kaing Guek Eav, mais conhecido como camarada Duch. Duch admitiu que supervisionou a tortura e o assassinato de milhares de pessoas no final de 1970, durante a ditadura de Pol Pot.

Camarada Duch disse, como é comum nessas situações, que apenas cumpria ordens e que sua família teria sido morta se não tivesse realizado seu terrível trabalho no centro de detenção de 21-S. Mas os juízes entenderam de outra maneira, considerando-o pessoalmente responsável pelas atrocidades na S-21.

Milhares de supostos inimigos da revolução do Khmer Vermelho foram torturados e assassinados. Esta é a primeira vez que uma importante figura do Khmer Rouge é responsabilizada por crimes internacionais.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/worldservice/learningenglish/language/wordsinthenews/2010/07/100726_witn_cambodia_page.shtml