Portal de Conferências da Unicap, v. 2, n. XXIII, 2021: Semana de Estudos Linguísticos e Literários da Unicap

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A INTERFERÊNCIA DAS VARIÁVEIS GÊNERO E SEXUALIDADE NO SENTIMENTO DE INCLUSÃO DE RECIFENSES ACERCA DO USO DE ARTIGO DEFINIDO DIANTE DE ANTROPÔNIMOS
Déreck Ferreira Pereira

Última alteração: 2021-05-04

Resumo


O Português Brasileiro apresenta particularidades que o diferenciam de outras línguas, como a possibilidade de um antropônimo vir ou não acompanhado por artigo definido: “O Pablo” e “Pablo”. No entanto, podemos encontrar uma terceira variante desse fenômeno: uma forma em que o artigo não apresenta o mesmo gênero gramatical do antropônimo a que se une, como “A Pablo”. Esta variante, tem sido encontrada na fala LGBT, e é explicada como marca do falante para expor tanto seu sentimento de pertencimento à comunidade quanto às suas causas (PEREIRA, 2020). A fim de identificar a relação de pertencimento ao grupo, desenvolvemos um estudo empírico para verificar o quanto os falantes se sentem incluídos em cada uma dessas realizações de antropônimos: a) sem artigo, b) com artigo com concordância de gênero e c) com artigo sem concordância de gênero. Tendo como base teórica-metodológica o campo sociolinguístico das atitudes linguísticas, estas consideradas como “uma questão de tendência psicológica expressa pela avaliação de uma entidade específica com algum grau de favorecimento ou desfavorecimento” (EAGLY; CHAIKEN, 1993, p. 1), nosso corpus é proveniente da aplicação do método não-cronométrico da Escala Likert em 60 participantes, divididos de acordo com sua autoidentificação de gênero e sexualidade. Os resultados mostram, dentre outras coisas, que não estamos diante de um fenômeno interferido pelo gênero do falante, mas pela comunidade a que ele pertence. Assim, o sentimento de inclusão dos juízes acerca do fenômeno aqui investigado se comporta como uma espécie de marcador de fronteiras entre duas comunidades distintas marcadas por percepções também distintas.


Palavras-chave


Atitudes linguísticas; Gênero; Sexualidade

Referências


PEREIRA, Déreck Kássio Ferreira. Falar "a Pabllo" é possível no português?. Disponúvel em: < http://www.roseta.org.br/2020/08/19/falar-a-pabllo-e-possivel-no-portugues/> Acesso em: 20/04/2021.

Eagly, A. H., & Chaiken, S. (1993). The psychology of attitudes. Belmont, California: Wadsworth Group/Thomson Learning.