Sincretismo ou Antissincretismo: Labirintos de uma discussão
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Resumo
Por longos anos pesquisadores do campo religioso afrobrasileiro discutem acerca do sincretismo afrorreligioso, ocorrido entre integrantes das religiões de matriz africana no país. Os primeiros intérpretes afirmavam que tal fato era decorrente da incapacidade biológica do africano ou da mentalidade primitiva dos grupos “trazidos” do continente africano ao Brasil. Com o passar dos anos, os estudos se aprofundam, resultando em outras interpretações para o “fenômeno” do sincretismo. De uma incapacidade biológica ou mentalidade primitiva, o sincretismo deveria ser analisado, para alguns outros autores, tendo como pressuposto os contatos culturais ocorridos entre os africanos e as demais culturas existentes no território. Ou seja, o sincretismo seria um processo gestado mediante contatos culturais. No entanto, o ano de 1983 marca significativamente os estudos afrorreligiosos no Brasil. Lideranças do candomblé baiano, em Salvador (Bahia), participando da II Conferência Mundial da Tradição Orixá e Cultura (II COMTOC), apresentam um documento propondo a dessincretização do candomblé. Diante disto, nosso objetivo é apresentar algumas discussões produzidas por pesquisadores brasileiros, alguns integrantes de movimentos negros, a respeito das propostas antissincréticas dialogando com os estudos críticos de autores estrangeiros como Homi Bhabha e Stuart Hall.
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