ENTRE O DOGMA E A DISCIPLINA: A POLÊMICA SOBRE O CELIBATO NO CONTEXTO DA HEGEMONIA LIBERAL-REGALISTA (1826-1842)
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Resumo
Considerando as manifestações institucionais do fenômeno religioso, no processo de construção do Estado e da Nação brasileiros, o presente artigo analisa uma polêmica específica que dividiu os políticos e a opinião pública no Brasil da primeira metade do século XIX: a proposta de abolição do celibato, defendida pelo principal representante do clero regalista, Diogo Antônio Feijó. Sob o argumento de que o celibato não constituía um dogma e sim assunto disciplinar da Igreja, Feijó defendeu sua abolição como forma de moralizar o clero brasileiro e, desse modo, atender às prioridades do Estado nacional. No campo religioso oposto, este argumento suscitou a crítica do padre Luís Gonçalves dos Santos (1767-1844), representante do clero ultramontano. Também conhecido como "Padre Perereca", foi autor do panfleto "O celibato clerical, e religioso defendido dos golpes de impiedade, e da libertinagem dos correspondentes da Astréa", publicado em 1827, no qual dirigiu críticas ao projeto defendido por Feijó. Desse modo, pautando-se na análise dos discursos parlamentares do grupo feijoísta, nas publicações de Feijó em seu jornal O Justiceiro e na crítica panfletária do Padre Perereca, a pesquisa visa situar a polêmica acerca da questão do celibato, no contexto de 1826 e 1842.
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