As mulheres: modelo de seguimento no movimento de Jesus e na Igreja
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Resumo
A pertença de mulheres ao movimento de Jesus dificilmente pode ser
contestada, mas precisa ser compreendida a partir da caracterização do movimento de Jesus como um movimento itinerante que recrutou seus adeptos do estrato inferior empobrecido da sociedade em que as experiências carismáticas eram frequentes. E considerando também que a sociedade do século primeiro, na região da Galileia ou Síria, tinha um padrão androcêntrico e patriarcal, que exercia dominação sobre a mulher relegando-a à condição de profanas. Numa leitura pouco atenta do Evangelho de Marcos, aparentemente, esse padrão patriarcal é mantido. Porém, ao buscar visibilizar o papel das mulheres no texto, percebe-se que elas não eram associadas a papéis
tradicionais e também que elas apresentam caracterizações positivas, como exemplos de seguimento através da fé, perseverança e diaconia. Elas são tidas como exemplos de discípulos(as) em contraposição com os doze e com lideranças judaicas e romanas. O papel das mulheres na narrativa evolui ao lado da concepção da ética do serviço diaconia, culminando com sua presença nas cenas da cruz e da ressurreição. O evangelho apresenta Jesus curando e ensinando mulheres, o que intervém na vida delas em termos de relações familiares, étnicas, econômicas e sociais, retirando-as, assim, de um contexto de doença, opressão e exclusão e ressignificando suas vidas ao conferirlhes
um papel comunitário-social em desacordo com o padrão androcêntrico e
patriarcal.
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