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Novas disciplinas, novos professores, novos alunos…
Inevitável pensar em como todas essas novidades nos mobilizam de alguma forma.
Há quem mude o corte ou até a cor do cabelo. Há quem compre novas peças de roupas e acessórios para arrasar no “lookinho” do novo tempo que se inaugura. Mas será que mexer no que está do lado de fora da gente altera alguma coisa por dentro também?
O filósofo e jornalista Clóvis de Barros Filho, professor de Ética da Escola de Comunicações e Artes da USP, pode nos ajudar a pensar sobre isso a partir de uma interessante reflexão para esses momentos de recomeços: estamos vivendo por viver ou estamos, de fato, no nosso “Lugar de Felicidade”? Segundo ele, que bebe na fonte de grandes filósofos, esse lugar é aquele de onde não queremos sair, um momento que desejamos que se eternize, onde fluímos de forma magistral na plena potência de nossa existência. O questionamento do professor Clóvis pode ser até simples, mas as respostas podem não ser tão fáceis de serem encontradas
Mudar o visual pouco ou quase nada pode alterar o nosso interior se não estivermos feito as escolhas conscientes sobre aquilo que gostamos e queremos fazer nos nossos dias. Será que o que optamos fazer nos move, nos instiga, nos vincula com o que somos e acreditamos e, mais que isso, com o que queremos fazer? Fazer este curso, estar nesta instituição é, de fato, o que a gente escolheu ou nem sabemos porque estamos fazendo tal coisa e não aquela outra? Todos os dias, quando levantamos, que sentimentos nos levam a sair da cama? Estamos indo só por ir sem saber o por quê ou sabemos exatamente o que nos anima a fazer o que fazemos?
Na música de Chico Buarque, A banda, estamos à toa na vida vendo a banda passar ou estamos tocando na banda?
Estar na banda, tocando, protagonizando me parece muito mais animador do que estar à toa. A vida é muito curta para estarmos à toa ou fazendo o que não tem sentido para nós. Com isso, meu convite neste início de semestre é que façamos uma reflexão sincera a fim de entender onde queremos estar para que sejamos nossa melhor versão aonde quer que queiramos chegar.
Eu já encontrei meu lugar de felicidade no trabalho do fazer jornalístico e na sala de aula. Encontrei esse lugar na existência dos meus amores, nos lugares por onde ando, nas músicas que ouço. A cada dia, saio de casa mais linda e mais feliz para este encontro de amor, que me renova. É neste lugar que quero estar e é onde sou eu mesma na plenitude da minha breve existência, que se renova a cada semestre, a cada ano. E você, me conta, agora que um novo semestre começou, já encontrou o seu lugar de felicidade?
Por Andrea Trigueiro.