Marco Zero Conteúdo, que entra no ar nesta terça-feira, aposta em reportagens aprofundadas e de interesse público. Projeto conta com professores de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco.

Vem do Recife o mais novo projeto de jornalismo independente e sem fins lucrativos. A partir desta terça-feira, dia 16, entra no ar o site da Marco Zero Conteúdo (marcozero.org) – um coletivo de profissionais de comunicação que aposta em reportagens aprofundadas e de interesse público. Produzidas e editadas por um grupo de jornalistas que procuram ver o mundo com um olhar diferenciado, as matérias publicadas no site poderão ser livremente reproduzidas por qualquer veículo, blog ou pessoa em suas redes sociais sob a licença creative commons. Dois professores de Jornalismo da Unicap fazem parte do Marco Zero Conteúdo: Luiz Carlos Pinto e Carolina Monteiro. Samarone Lima, também integrante do projeto, é ex-professor da Católica.

Equipe Marco Zero: Lula Pinto, Laércio Portela, Carolina Monteiro, Samarone Lima, Inês Campelo, Sérgio Miguel e Inácio França.

Para manter a independência, a Marco Zero optou por não receber patrocínios de governos, empresas públicas ou privadas. “Nossa sobrevivência depende da colaboração e doações voluntárias dos leitores. Mas também iremos buscar parcerias com algumas fundações e organismos internacionais que estejam de acordo com os princípios de nossa política editorial, além de realizar cursos, seminários e prestar consultorias. Também iremos manter em nosso site uma loja virtual onde venderemos produtos com nossa marca”, explica Sérgio Miguel Buarque, um dos fundadores da agência, ressaltando a importância de diversificar as fontes de recursos. O corpo editorial da Marco Zero também oferecerá cursos, capacitações e consultorias em diversas áreas.

A história da Marco Zero começa publicamente nesta terça, com a entrada do site no ar. Mas o projeto vem sendo trabalhado há mais de um ano, quando um grupo de jornalistas, todos com passagens pela chamada grande imprensa, se juntou com a ideia de fazer “algo diferente”. Algo que resgatasse o prazer de escrever e que também ocupasse o espaço deixado pela mídia tradicional, mergulhada em uma crônica crise financeira, cada vez mais dependente e comprometida com os interesses dos anunciantes públicos e privados. “Nós sentíamos que alguma coisa precisava ser feita diferente do que era feito pela mídia tradicional. Mas o quê? Debatemos muito, pesquisamos. E, nesse sentido, a Pública foi uma inspiração, um modelo e um ponto de partida”, lembra Sérgio.

Mas, apesar da influência de experiências bem-sucedidas, a Marco Zero nasce com personalidade própria. Para o jornalista Luiz Carlos Pinto, “a Marco Zero é produto do caldo que fermenta no Recife. Surgimos em um momento muito rico, onde está acontecendo uma empolgante luta entre modelos urbanísticos distintos, que tem como epicentro o Cais José Estelita e o projeto “Novo” Recife.”
Junto com o site, a Marco Zero já traz ao público quatro cursos para os meses de julho e agosto. Segundo a jornalista Carol Monteiro, “além de ser uma fonte de recursos para ajudar a manter a agência, os cursos são uma forma de colaborar com a difusão de boas práticas de jornalismo e também de aproximar mais pessoas do projeto”.

Site: marcozero.org // Facebook: facebook.com/mzconteudo //
Twitter: @mzconteudo // Email: marcozero@marcozero.org

Temos um vídeo de divulgação no ar, no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=DJg_HTiZ_2g

Para incorporar em sites, o embed é:
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O contexto
Quinhentos e setenta e cinco anos depois de Johannes Gutenberg inventar a prensa tipográfica e imprimir uma mudança radical na maneira como o mundo se comunicava, os avanços tecnológicos recentes colocaram em curso uma nova revolução que está afetando a forma como as pessoas se relacionam, pensam, agem e, claro, consomem notícias.

No olho desse furacão de transformações, a indústria jornalística, como foi desenvolvida nestes quase 600 anos, vem passando por uma grave crise. Os complexos problemas afetam profundamente o modelo de negócio, baseado na produção de conteúdo, comercialização de publicidade, venda de assinaturas e, principalmente, na distribuição do produto.

O monopólio da distribuição, que pertencia à uma chamada indústria jornalística, mudou. A informação agora pode ser produzida e distribuída pelas mãos de qualquer um. Com isso, a era industrial do jornalismo está terminando. Para alguns, até já acabou…

Mas o jornalismo não!

Acreditamos que é possível (e necessário) criar novas formas de se fazer jornalismo – sustentável, independente e de qualidade – para que a imprensa retome sua função social de chamar a atenção para as injustiças, cobrar dos políticos e empresas as promessas e obrigações assumidas, expor a corrupção, informar cidadãos e consumidores, ajudar a organizar a opinião pública, elucidar temas complexos, esclarecer divergências e contar boas histórias.

Só que esse jornalismo não está mais nas redações dos veículos tradicionais. O caminho para jornalismo sustentável, independente e de qualidade passa por fora do que chamamos de grande imprensa. É neste contexto que surge a Marco Zero Conteúdo, uma agência de jornalismo independente, que aposta em matérias aprofundadas e de interesse público.

No que a Marco Zero Conteúdo acredita
(Bases para uma política editorial cidadã)

No jornalismo
Para a Marco Zero, o jornalismo deve chamar a atenção para as injustiças, cobrar dos políticos e empresas as promessas e obrigações assumidas, expor a corrupção, informar cidadãos e consumidores, ajudar a organizar a opinião pública, elucidar temas complexos e esclarecer divergências.

No leitor
O ponto central da política editorial da Marco Zero Conteúdo são as pessoas. Todo jornalista, ao fazer uma reportagem para a agência, deve se perguntar em que e como o assunto em pauta interfere na vida da população. A Marco Zero faz um jornalismo para as pessoas, interagindo com elas o máximo possível.

Na ética
A Marco Zero Conteúdo norteia sua conduta pela ética. Tratamos as fontes com respeito, agindo com honestidade e transparência na busca pelas informações. A Marco Zero acredita que os fins não justificam os meios. Priorizamos a vida e a segurança das nossas fontes e personagens acima de qualquer coisa. Inclusive das reportagens.

Na qualidade
Um bom texto é questão fundamental para a Marco Zero Conteúdo. E um bom texto implica no uso correto do idioma, no estilo atraente, na apuração precisa das informações e na verdade dos fatos narrados. Buscamos também a qualidade na apresentação das reportagens.

Na cidadania
Praticamos um jornalismo cidadão, comprometido com a defesa dos interesses da população e na melhoria de vida das pessoas.

Nos Direitos Humanos
Nossa conduta e nossas reportagens respeitam e promovem os direitos humanos fundamentais, a igualdade de direitos entre todos, a dignidade e o valor das pessoas.

No coletivo
Para a Marco Zero Conteúdo, o conhecimento é uma construção coletiva. O pensamento existe a partir de um contexto histórico e social. Nossas reportagens resultam, direta ou indiretamente, do esforço, das experiências e da colaboração de várias mentes. Por isso, nossa produção está disponível gratuitamente para o uso de qualquer pessoa, instituição ou empresa.

Na cooperação
A Marco Zero se compromete a compartilhar suas experiências, aprendizados, métodos e técnicas com o objetivo de colaborar com o desenvolvimento do ecossistema da informação. Da mesma forma, defende que o financiamento de reportagens independentes e de qualidade deve ser feito de forma coletiva, através de doações dos leitores, sociedade civil organizada e organismos internacionais.

 

Fonte: Marco Zero Conteúdo