Por Rafael Gueiros
A chegada do século 21 trouxe consigo o crescimento de uma geração de jovens que desejam consumir notícias em vários formatos e plataformas. Assim, iniciativas de jornalismo, na grande imprensa ou na mídia independente foram investindo em produções mais ágeis, ajustando o formato do produto jornalístico para alcançar essa nova geração. Matérias e reportagens podem trazer informações de forma mais jovial, explorando recursos audiovisuais, as redes sociais e, ainda, uma linguagem que contempla as diferenças entre as várias regiões de um país como o Brasil. Com essa mudança do fazer jornalístico surgiram propostas como o Canal Reload.
Com uma “linguagem descomplicada, via as redes sociais e com formatos inovadores”, como descreve Adriano Melancia, um dos doze jornalistas do canal, o Reload tem como objetivo democratizar o conhecimento para jovens urbanos. Por isso, o canal de notícias utiliza recursos como histórias em quadrinhos, ilustrações, gráficos atrativos, assuntos de interesse do público alvo e uma linguagem jovial. Tudo feito para ajudar a nova geração a consumir o conteúdo mais facilmente e de um modo mais divertido.
Com 11.300 seguidores no Instagram, 7.330 inscritos no Youtube, 3.388 seguidores no Twitter e até 17.000 seguidores no TikTok, a rede social que está crescendo cada vez mais entre os jovens o, canal vem crescendo cada vez mais, criando até um canal no Telegram para a comunicação ainda mais fácil. O canal prosperou nas redes sociais populares entre os adolescentes e jovens, o que responde a pergunta proposta pelos criadores: “como os jovens consomem notícia?”.
O Reload surgiu em 2019 como uma iniciativa ganhadora do Google News Innovation Challenge e foi criada a partir de dez organizações jornalísticas, ((o))eco, Agência Lupa, Agência Pública, Amazônia Real, Congresso em Foco, Énois, Marco Zero Conteúdo, Ponte Jornalismo, Projeto #Colabora e Repórter Brasil.
O Reload possui 12 representantes, cada um de um lugar diferente do Brasil e uma identidade que reflete isso. Os doze representantes originais são Adriano Melão, MC Martina, Mia Fidellis, Roberta Camargo, João Freire, Adrielle Priscila, Bel Puã, Samela Awiá, Tawane Theodoro, Larissa Venturini, Junior Silva e Leticia Wexell, juntos, eles possuem uma propriedade comunicativa em diversas comunidades como negros, periféricos, pessoas LGBTQIA+, e indígenas.
As iniciativas de Jornalismo Independente tem se ampliado no Brasil. Exemplo disso são o Nexo Jornal, Marco Zero Conteúdo e até o Repórter Brasil. Veículos como o Canal Reload provam que é possível ser um veículo independente e bem sucedido. A fórmula adotada pelo Reload vem de uma pesquisa que mostrou aos criadores exatamente quais caminhos tomar e como fazer para o veículo decolar aos olhos dos jovens.
O Reload surgiu como uma ideia do Laboratório de Jornalismo “Énois” e, pelo site do laboratório, é possível ver dados e pesquisas para o canal com jovens de 18 a 28 anos de diferentes raças, gêneros e identidades. Essas pesquisas marcaram o que é o Reload hoje em dia, um veículo de jornalismo independente dedicado a facilitar a divulgação de informação para os jovens de todos os lugares, raças e identificações.