O egresso do curso de Jornalismo Klester Cavalcanti, premiado três vezes com o Prêmio Jabuti de Literatura, esteve na Unicap na tarde de terça-feira, dia 07, para lançar o livro  “Matou Uma, Matou Todas”. O evento aconteceu no Auditório Dom Helder e foi aberto ao público. A obra trata de feminicídio e violência contra a mulher no Brasil, fruto de uma pesquisa que contou com depoimentos familiares de vítimas. 

A apresentação teve a participação do Promotor de Justiça Antônio Arroxelas e da advogada Fábia Lopes.

Para escrever “Matou Uma, Matou Todas”, Klester empregou seis anos em pesquisas, entrevistas e viagens pelo Brasil. Ele leu mais de 17 mil páginas de Inquéritos Policiais e Processos Judiciais, assistiu a cerca de 90 horas de vídeos – de audiências públicas, julgamentos e entrevistas – e analisou quase 2 mil fotografias, entre imagens de laudos científicos, dos locais dos crimes e dos arquivos das famílias. 

Dentre as dezenas de casos que o jornalista coletou para estudar com mais profundidade, ele selecionou seis para incluir no livro e sobre os quais se debruçou com mais afinco. Há casos de todas as regiões do Brasil, sendo que um deles aconteceu no Recife. Trata-se do assassinato da fisioterapeuta Mirella de Sena Araújo, morta aos 28 anos, por um vizinho, no próprio apartamento. O crime, ocorrido em abril de 2017, no bairro de Boa Viagem, chocou a capital pernambucana e provocou passeatas e protestos pela cidade.

“Matou Uma, Matou Todas” escancara uma realidade assombrosa. No Brasil, quatro mulheres são mortas por dia, unicamente por serem mulheres. “Nas minhas pesquisas, ficou muito claro que, no nosso país, qualquer mulher pode passar por essa violência extrema e inaceitável”, diz Klester Cavalcanti. “Em quase 90% dos casos, o assassino é o companheiro, ex-companheiro ou parente da vítima. Mas há feminicídios cometidos por colegas de trabalho, vizinhos e estranhos”. Para o autor, é provável que o livro chame mais a atenção do público feminino, mas ele considera ser fundamental que os homens também leiam “Matou Uma, Matou Todas”.