Por Conceição Tomaz
Ainda no tempo da escola, no ensino médio, Yuri Euzébio, 26, estudante do 8.º período do curso de Jornalismo, fez um teste vocacional com uma psicóloga e o resultado, na época, foi Jornalismo ou História. Euzébio então optou por História. “Sempre tive desejo de cursar Jornalismo também. Ao longo de todo o curso sentia faltar algo e resolvi emendar: terminei História e já comecei Jornalismo. Eu enxergo muito o jornalista como o historiador do tempo presente. Consegui unir o útil ao agradável”, declara.
Yuri também contou com uma grande incentivadora para seguir a carreira jornalística. “Minha mãe sempre insistiu que eu cursasse jornalismo. Pelos olhos dela eu era um potencial bom jornalista. Ela insistiu muito mesmo. Até que me formei em História e decidi seguir seus conselhos. Foi a decisão mais acertada que tomei na minha vida, porque me encontrei no curso de jornalismo. Agradeço muito à minha mãe, é por causa dela que estou aqui. Ouçam os conselhos da mãe de vocês”, destaca, sorrindo.
Yuri nasceu no Recife, mas escolheu Olinda como morada. “Olindense de coração”, diz ele. Das lembranças da infância, traz as leituras de jornais impressos, cada vez menos em circulação hoje em dia. “Eu acho que sempre tive uma relação próxima com o jornalismo e a comunicação, sobretudo o jornalismo impresso. Quando eu era pequeno, gostava muito de ler jornal”, relembra o estudante.
Hoje ele faz estágio na assessoria de comunicação da AD-Diper – Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (https://www.addiper.pe.gov.br/), após quase um ano na Folha de Pernambuco (https://www.folhape.com.br/). A decisão de estagiar numa redação de jornal impresso veio do coração. “É uma área que eu gosto muito, e foi até uma busca que eu fiz, porque queria estagiar em jornal e em uma redação. Muito pelo medo que acabe, as redações de jornais impressos, num futuro próximo, e também porque é algo que me dá muito prazer. Consegui realizar meu sonho de vivenciar uma redação de jornal na Folha de Pernambuco”, comemora Yuri. Agora ele parte para o desafio de atuar na assessoria de um órgão público.
Na redação do jornal Yuri estagiou em um setor de que gosta muito. “Na Folha de Pernambuco estava no caderno de Cultura. Participava da produção de matérias e reportagens, tanto para o site quanto para o impresso, nas áreas de cultura, sabores e cotidiano. Algumas vezes por mês havia plantão presencial, devido à situação da pandemia da Covid-19. Mudei de estágio, fui para uma assessoria de comunicação para acumular mais experiências e diversificar meus aprendizados. Se fosse pelo coração, ficaria em cultura minha vida todinha”, destaca Euzébio.
Como muitos estudantes, Yuri também acumula atividades na universidade e destaca a sua participação no Pibic – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica. “Faço Pibic com a professora e coordenadora do curso de Jornalismo, Carla Teixeira, sobre o ‘Mapeamento de inovações de minorias políticas em contextos periféricos’. É uma pesquisa muito massa que subverte a lógica comum que está no imaginário coletivo sobre o que é inovação, e também elucida questões de resistência de aquilombamento do povo negro, com tecnologia e inovação. E não só isso, mas formação de comunicação e educação em geral. Uma pesquisa muito importante. Fazer ciência nos tempos atuais já é um grito de resistência, nessa época de desgoverno federal, com essa temática então, com os dois pés fincados, marcando posição, cuidando dos meus, do povo negro,” explica o estudante.
Ativamente inserido nas dinâmicas do curso e da universidade, Yuri é finalista da etapa nacional da Expocom – Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (https://bit.ly/3sya8CQ) com sua bem-humorada crônica “Manifesto pelo Ben da música”, trabalho orientado pela professora Adriana Dória. “A crônica surgiu de uma atividade da disciplina de Jornalismo Opinativo em que Dória deixou tema e formato livres, podendo ser qualquer gênero. Decidi fazer uma crônica porque acredito que consiga expressar muito bem os fatos e sobretudo pelo humor. Crônica é um texto leve e dá para brincar mais”, descreve.
Na crônica, escrita em 2020 no começo da pandemia, o estudante imagina, com bom humor e leveza, os dias em que o cantor Jorge Ben passou solitário no Copacabana Palace, na cidade do Rio de Janeiro. “No texto eu brinco com notícias do grande mestre da MPB e faço um manifesto pela saúde de Jorge Ben. Peço por um reality show cobrindo o cotidiano dele. É uma grande brincadeira, mas parece que agradou uma galera”, diverte-se Yuri, referindo-se ao júri que o premiou na Expocom Regional. “Só de participar da Expocom eu já estava felizão, um privilégio muito grande. E ganhar eu nem sei como descrever a sensação, é uma resposta de que estou trilhando o caminho certo”, comemora.
Sensacional!!!!