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Comunicação: energia criadora da realidade

Por: Márcia Mendes Campos

Nessa coluna meu objetivo é o de compartilhar percepções que venho tendo ao longo da minha experiência com pesquisa em comunicação.

Em primeiro lugar, a percepção do quanto que a comunicação é uma área extremamente vital para a sociedade. Observando mais atentamente, o que move a humanidade é a circulação contínua de informações, sejam elas científicas, jornalísticas, publicitárias, religiosas, etc. Ou seja, o que impulsiona, movimentae evolui a humanidade a partilha de conhecimentos, a logística do fluxo de informações, a comunicação em si.

Em segundo lugar vamos pensar ou refletir sobre essa logística de informações. O próprio corpo humano, que é o nosso “veículo físico”, é dotado dos sentidos visão, audição, olfato, paladar e o tato. Todo esse aparato físico e biológico dos sentidos, através dos olhos, ouvidos, nariz, boca e a pele, tem a função de coletar informações do mundo externo à nossa volta.

Então, a partir dessa coleta de dados acontecem consequências em cadeia. Começa pela percepção de situações ou informações externas ao nosso corpo, sendo que essa informação somente passa a existir no momento que nossos órgãos do sistema sensitivo, captam esses dados. Podemos considerar que no caso desses dados nunca serem coletados pelos órgãos dos sentidos, essas informações não existirão dentro de nós mesmos e nunca farão parte da realidade no mundo externo à nossa volta.

Ou seja, para alguma coisa no mundo externo se tornar realpara o ser humano, é necessário ter contato, absorver ou captar essas informações que, á princípio ainda não existem. Porém, existem em outra “realidade paralela” como energias. Consequentemente, essas frequências energéticas só existirão na realidade material humana no momento em que for percebido pelos seres humanos.

Com isso, comecei a refletir sobre o que é realidade afinal? O que é verdade?

Mas, voltemos a sequência do processo de captação de dados do mundo externo dos humanos. Primeiro a coleta de dados pelos órgãos dos sentidos, depois o nosso cérebro executa o processamento desses dados captados desencadeando um complexo fluxo de ações e efeitos físicos/fisiológicos, emocionais e mentais. Entre essas ações estão o raciocínio, a compreensão, a interpretação, o juízo de valor e as ideias sobre os dados coletados no início.

Todo resultado produzido à nível físico, emocional e mental pela energia/informação captada é liberado para o mundo externo através da fala, da expressão corporal, da expressão facial. Onde todo esse aparato de comunicação humano libera para o mundo externouma vasta gama de níveis de frequência energética que é responsável por criar e dar forma ao mundo a sua volta.

É plausível que tudo no mundo é resultado do processo cíclico e contínuo de captação, processamento e liberação de informações que, na verdade são energias formam a realidade que vivenciamos, experimentamos gerando novas energias que captamos, processamos e liberamos.

As ideias que emitimos para fora de nós mesmos, são resultados do processamento dos dados coletados no mundo real. As ideias, sentimentos e sintomas são, na verdade, energias portadoras de informação e conhecimento, que criam a realidade do mundo externo e que também impulsiona a evolução da humanidade.

Essa energia produzida por nós mesmos, é a matéria prima intangível que cria e que forma a realidade à nossa volta. Como, os conhecimentos científicos, o desenvolvimento tecnológico e todas as questões inerentes a sociedade humana e planetária.

Isso me fez questionar sobre o que no mundo na realidade que conhecemos que não é criação desse processo?

Seguindo essa perspectiva, pude ampliar minha percepção sobre a importância da comunicação, para além de questões como aparato tecnológico ou de mercado de trabalho no jornalismo. Vejo a comunicação é o processo que cria a vida, a realidade, a experiência.

Tudo que existe, somente existe porque sua frequência energética desse todo, foi captada, processada e divulgada pela humanidade, através do fluxo contínuo da energia ou informação num sistema de comunicação, que parte do mundo interior de cada ser humano, cria o mundo exterior e retorna para dentre de nós.

Daí observo que a humanidade caminha ou se propaga rumo a desmaterialização das ideias e consequentemente do mundo que acreditamos ser real.

Em uma rápida olhada na evolução tecnológica é evidente a diminuição gradativa de tamanho dos equipamentos físicos e um impressionante aumento na capacidade de armazenamento e processamento de dados. Significa que a matéria densa está evoluindo para sua “desmaterialização” onde permite maior liberdade e espaço ao conteúdo imaterial da informação e do conhecimento. A humanidade está evoluindo para mundo com realidade cada vez menos material e mais sutil.

Seguindo a lógica tudo que forma o mundo que vivemos foi criado por nós mesmo, a partir da energia que liberamos do nosso mundo interior para o externo. Então a realidade que vivemos segue a qualidade do nível da frequência da energia que emitimos para fora em forma de ideias.

Agora, vamos refletir isso do ponto de vista do jornalismo, que é uma área da comunicação extremamente importante na divulgação dessas energias ou informações à nível de coletivos humanos e relevante à nível de influência e credibilidade (o que já está sendo questionado). Podemos considerar que a área jornalística contribui muito na realidade que cada indivíduo cria e vivencia.

Os conteúdos jornalísticos são energias propagadas à nível coletivo, através de seu aparato tecnológico focado em divulgação de notícias em massa. Então, as ideias liberadas por cada pessoa têm alcance muito menor no mundo exterior, quando comparado ao poder de transmissão dos veículos jornalísticos. Isso fica mais evidente com a evolução digital.

Antes as grandes empresas de comunicação concentravam o poder de divulgação e credibilidade na divulgação de informações na sociedade. Onde poucos indivíduos tinham o poder de influenciar a criação da realidade de cada pessoa e consequentemente na realidade vivida coletivamente pela sociedade.

Mas, atualmente com a explosão de acesso às redes sociais na internet, está havendo uma mudança desse fluxo energético de dados, onde os indivíduos têm a possibilidade de que suas ideias sejam captadas por um maior número de pessoas via web. Isso indica que as pessoas estão expandindo sua consciência sobre sua capacidade criadora e transformadora da realidade, graças o caminho (sem volta) da humanidade e do próprio planeta em direção de uma sociedade menos densa e material e mais sutil e imaterial.

Assim como tudo no mundo das ideias é muito dinâmico, mudando e evoluindo constantemente ao longo de sua história, acontece o mesmo com o mundo material. Pois, não esqueçamos que ele é criação das energias das ideias.

Nessa lógica, vejamos o desenvolvimento das plataformas jornalísticas, que seguem o caminho da desmaterialização, onde as plataformas físicas estão se tornando mais sutis ou digitais. O fim da era do jornal impresso do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação para a adesão total ao meio digital, é um grande exemplo.

Esta mudança de “estado” físico para o ditigal me fez refletir no que isto energeticamente representa e abre caminhos para incríveis realidades positivas e criativas que o jornalista pode conceber.

Pensei que esse fato do JC representa a libertação da energia da informação das amarras limitantes do meio impresso do papel. Imaginei que o precesso de impressão dessa informação jornalística, implica na adaptação na condensação da energia em uma plataforma densa e material. Situação esta que estava no contra fluxo da evolução digital da humanidade.

Ou seja, enquanto o meio impresso atende aquele processo centralizador das grandes empresas e não a nova realidade, alimentada pela era digital, de consciência criadora dos indivíduos na sociedade.

Ficam alguns aprendizados como a necessidade de desapegar dos objetos, das plataformas físicas pois, tudo no mundo material é finito. E nos conectarmos mais com os conteúdos, que na verdade são energias infinitas, ela se transforma e seu processo de transformação contínuo é combustível que move a humanidade a transformar sua realidade também!

Dessa maneira, penso que as pesquisas em comunicação também devem se transformar. Seguindo o fluxo de raciocínio cada vez mais sutil e menos materialista de entender a realidade da comunicação no mundo a nossa volta. Trazendo novos nortes para os produtos jornalísticos e assim perceber, processar e liberar energia de conhecimento que conecte a comunicação e o jornalismo como partes importantes na criação da realidade que vivemos.

A evolução do jornalismo é se reconhecer enquanto designer de conteúdos energéticos que são propagados nos coletivos da humanidade e que, por sua vez, contribua com a criação de um mundo onde predominem as vibrações energéticas elevadas influenciando positivamente no poder criador de cada indivíduo e respeitando sempre o livre arbítrio. Gerando uma coletividade humana menos densa e mais sutil com mais expansão de consciência sobre se mesmo e sua importância para a elevação do coletivo humano, mais livre e harmonizado com o coletivo planetário e universal.