Recife será a sede do  9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Os temas norteadores do encontro são emancipação, reparação (re) construção e decolonialidade. Neste ponto do texto, quem lê se pergunta se está no perfil do curso de Jornalismo.

Nossa cidade se destaca no campo da Comunicação pelo pioneirismo e pelas inquietações – aí entram também as efervescências acadêmica e cultural. Recife das revoluções e das insurgências, primavera com perfume de maresia onde a extrema-direita não se cria. Mesmo que tente. E tenta bastante. Quem semeia autonomia não fecha os olhos a ilusões.

Comunicação e saúde se tornam indissociáveis quando discutimos direitos sociais. A educação surge como linha nessa tessitura. Paulo Freire alertava para que as instituições de ensino buscassem comunicar os ventos da emancipação nas suas práticas, dialogadas com as comunidades. Partilhadas nos territórios. A divisão equânime dos frutos da reflexão e do desejo por justiça social. É nessa terra fértil que a comunicação vê brotar a autonomia dos sujeitos, o fortalecimento e a garantia de direitos como seus brotos mais vistosos.

É 2023 e sabemos o que foi o desmonte que vivemos há bem pouco. Navegamos a pandemia sob o regime da desinformação que intencionalmente buscou fragilizar para dominar. Adoecer para fazer obedecer. Experiências comunitárias bem sucedidas promoveram a saúde e a vida por meio de estratégias comunicativas que permitiram o fortalecimento de laços e o apoio mútuo como resistência.

Há muito saúde vai além da ausência de doenças. Sem condições de vida dignas, padecemos. Isolados, padecemos. Precisamos de uma comunicação forte, democrática, plural para que o corpo social (re)exista.

Deixo aqui o link do congresso para quem quiser saber mais sobre a confluência entre esses caudalosos rios:   https://www.cshs.org.br/