Por Nivaldo Machado
Durante alguns anos, estive preso às opiniões das outras pessoas sobre o meu futuro. Formado em Direito pela UFPE e com a carteirinha da OAB em mãos aos 24 anos, eu fui praticamente decretado como alguém com o futuro profissional já encaminhado, de acordo com os padrões da sociedade. E, sim, eu mesmo cheguei a acreditar nisso. Mas o tempo não escreve as histórias de forma tão simples e linear.
Os anos foram se passando e eu não encontrava motivação para trabalhar na área jurídica. Nem para estudar para concursos públicos, que eram, alguns anos atrás, um grande objetivo meu. Nesse período de incertezas, foram fundamentais para eu me manter de pé algumas pesquisas que comecei a fazer, de maneira independente, sobre jornalismo esportivo. Parecia óbvio para mim, porém, que aquilo jamais passaria de um hobby. Mas, como eu já havia adiantado, o tempo nos surpreende.
A cada ano, eu pensava que entrar em um novo curso não seria tão absurdo assim. Aos poucos, fui olhando cada vez mais para mim mesmo, deixando de lado todas as opiniões que vinham de fora. Para concluir esse processo de autoconhecimento em segurança, acabei precisando de 4 anos. Percebendo que não existia absurdo nenhum em escrever minha história do meu próprio jeito, tive certeza de que queria investir meu tempo em uma nova carreira, quase “do zero”. É importante dizer que o apoio dos meus pais e da minha namorada foram decisivos para eu embarcar de vez nesse novo sonho, porque também não é possível viver um sonho sozinho.
Hoje, cursando o 4º período de Jornalismo na UNICAP, enxergo que estou me tornando a melhor versão de mim mesmo, ainda que fora do padrão de tempo imposto pela sociedade para que cada um decida sua área profissional. Mas quem pode definir a forma do tempo de trabalhar? Deixando o tempo à vontade, sigo escrevendo minha história.
Nivaldo Machado é estudante do 4º período de Jornalismo na Unicap e bacharel em Direito pela UFPE e advogado