Arte: Ana Júlia Duarte / Imagem: Acervo Pessoal

Eu não sei porquê escolhi o jornalismo, mas não me vejo fazendo outra coisa. Não dá.” Emerson Saboia. Estudante do 6.º período de Jornalismo

Por Conceição Tomaz

Apesar de afirmar não saber, Emerson Saboia, 21 anos, buscou no desejo não realizado do próprio pai em ser jornalista, o caminho profissional para si mesmo. O sonho de um tornou-se o do outro. “Comprei o sonho do meu pai, mas não sei que outro curso faria se não o de jornalismo. Amo o que faço”, declara.

Emerson nasceu em Manaus, no estado do Amazonas, mas criou a memória da  infância na Bahia. Aqui em Pernambuco, mora há 10 anos. Apaixonado por cinema e sabendo da importância em participar do PIBIC, Saboia fez a inscrição em 2019 para participar do projeto  de pesquisa do professor Alexandre Figueiroa, sobre o Coletivo Surto e Deslumbramento de Cinema do Recife. 

A experiência, segundo Emerson, permitiu um olhar completamente diferente para as produções cinematográficas realizadas por pessoas LGBTQIA+. “Eu conheci esse cinema de perto, que é premiado em vários países como os Estados Unidos, Canadá e Europa. Tive acesso a um conhecimento profundo da linguagem do cinema voltado ao digital, aprendi sobre a distribuição dos filmes na internet. A concepção desse tipo de cinema é totalmente realizada de forma remota, já que os artistas do coletivo moram em vários lugares do país e do mundo.”

No momento, Emerson está prestes a começar o seu terceiro estágio durante a graduação, desta vez, na Rádio CBN. Trabalhar numa rádio como a CBN Brasil é a realização de um sonho. “Sempre quis ir para a CBN, sempre foi meu norte quando entrei no curso. Gosto de rádio, quero trabalhar na CBN, eu sonhava e agora chegou essa oportunidade.” diz o estudante. Apaixonado por rádio, seu primeiro contato com o estágio aconteceu no começo de 2020 na Rádio Ynterativa FM, em seguida trabalhou na Rádio Folha FM. Desde criança, Emerson ouve rádio. Em suas memórias afetivas, um rádio temático do Homem-Aranha. “Lembro de sintonizar as rádios que gostava de ouvir e de buscar por músicas. Ouvir rádio sempre fez parte da minha vida, mas jamais pensei que poderia trabalhar numa emissora, até entrar no curso de Jornalismo e me apaixonar pela dinâmica do radiojornalismo,” revela.

 Emerson acredita que o processo de conciliar faculdade e estágio requer bastante organização e considera que pode ser um problema se o estudante não ficar atento. Durante o estágio na Rádio Ynterativa, a rotina mudou bastante  e Sabóia percebeu a necessidade em organizar suas atividades. “Chegava na Rádio  às 4h30 da manhã e fazia a produção de um programa matinal. Fazia quase tudo na produção, era muito puxada a dinâmica, mas aprendi bastante”, relata Emerson. Com  a rotina acelerada da rádio, a faculdade por vezes ficava fora de seu foco, mas ele logo buscava se atualizar e seguir. 

No começo do ano, devido à pandemia da Covid19 e o isolamento social, Emerson retomou um passatempo da infância e voltou a desenhar. Desse começo, nasceu a página @saboia_charges no instagram onde ele mostra sua visão crítica de mundo com humor. “Eu peguei a mesa digitalizadora de um amigo emprestada e comecei a experimentar. Gosto muito de cartuns e busquei estudar através de referências como Laerte (@laertegenial), Duke (@dukechargista) e Lafa (@ultralafa03). Charge é muito factual, é o que está acontecendo agora e fazendo uma correlação com o jornalismo, percebi que isso é a dinâmica da notícia. Uma das coisas que sou mais apaixonado no jornalismo é a instantaneidade e criar as charges me proporciona isso,” finaliza.