Os desafios e as perspectivas para uma comunicação pública de qualidade no estado foram tema de debate no “Seminário Internacional de Comunicação: perspectivas para a Empresa Pernambuco de Comunicação”, nos dias 18 e 19 de fevereiro, no auditório da Universidade Católica de Pernambuco. Promovido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com a UNICAP, o encontro reuniu professores, jornalistas, estudantes e especialistas, além de entidades da área de comunicação e representantes da sociedade civil.
Na abertura do seminário – que contou com a presença do professor Abraham Sicsu, presidente da Facepe, representando a secretária Lúcia Melo; do Secretário de Imprensa do Governo do Estado, Ennio Benning; e da Pró-Reitora Acadêmica, Aline Grego, que representou o reitor da UNICAP, Padre Pedro Rubens – foi apresentado o Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação, que vem sendo desenvolvido pela Secti, incluindo o contexto da comunicação pública e da TV Pernambuco.
O seminário, que contou com a participação de mais de duzentas pessoas, despertou a atenção de outros estados nordestinos, que vieram a Pernambuco acompanhar a discussão sobre comunicação pública, debate de interesse comum. Acompanharam as discussões o diretor da TV pública do Ceará, Tibico Brasil, e o diretor da TV Educativa da Bahia, Flávio Gonçalves, além de outros convidados e representantes de ministérios e entidades ligadas ao tema da comunicação pública.
Entre os desafios apontados para discussão da situação da TV Pernambuco no seminário, Jurema Regueira, coordenadora do evento, em nome da Secretária Lúcia Melo, enfatizou alguns aspectos como a carência de conhecimento da sociedade, as diferenças territoriais, necessidade de conteúdo que atenda à demandas da sociedade, o processo de digitalização, multiplicidade de plataformas em ambientes de convergência e um modelo de governança que contemple financiamento e sustentabilidade.
Ao mesmo tempo destacou as oportunidades que a TV Pernambuco possui como o rico acervo cultural do estado, presença forte em Pernambuco do setor de Tecnologia da Informação, da indústria criativa e das universidades, além do desenvolvimento do próprio sistema digital.
O primeiro debate do seminário contou com palestras de Juliana Sawaia, da Kantar IBOPE Media, e do Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Pola Ribeiro. Com coordenação de Indira Amaral, da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (ACERP), a mesa debateu os principais desafios da TV pública nos dias atuais.
No período da tarde, os participantes debateram sobre tecnologia e inovação na TV pública, os caminhos possíveis para buscar a sustentabilidade financeira e a responsabilidade do poder público. O tema foi abordado pela professora Regina Lúcia Alves de Lima, da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Ministério da Cultura, com moderação do consultor de Tendências, Tecnologias e Inovação do Porto Digital, Jacques Barcia.
Participaram ainda do Seminário Internacional de Comunicação no primeiro dia o professor Danilo Rothberg, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), e Israel do Vale, presidente da Rede Minas e da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABEPEC). Eles falaram sobre o perfil da TV Pública em termos de conteúdo e os modelos a serem seguidos. A mesa foi coordenada pelo jornalista Ivan Moraes Filho, Centro de Cultura Luis Freire (CCLF).
À noite, como última atividade do primeiro dia do seminário, palestra do professor Martín Becerra, da Universidad Nacional de Quilmes, na Argentina, sobre perspectivas e desafios para radiodifusão pública na América Latina. Octávio Penna Pieranti, da secretaria executiva do Ministério das Comunicações, também integrou a mesa, mediada pelo coordenador do curso de Jornalismo, o professor Juliano Domingues da Silva.
Segundo dia – O Seminário debateu no dia 19 os rumos e as perspectivas para a Empresa Pernambuco de Comunicação – EPC. Logo no início do segundo dia de trabalho, os participantes receberam informações, através de mesa coordenada pelo presidente da EPC, Guido Bianchi, da história e da situação atual da TV Pernambuco.
Fundada em 1984 com o nome de TV Tropical, a TV Pernambuco passou por uma grande transformação a partir do ano de 2011, com a criação da Empresa Pernambuco de Comunicação. Segundo Guido Bianchi, a emissora possui atualmente possui 29 retransmissoras que atendem ao interior do estado, atingindo uma população de 7,2 milhões de pessoas.
Guido apontou algumas ações necessárias para melhoria da TV Pernambuco, como o processo de digitalização da emissora, que terá que ser concluído até julho de 2017. Além disso, a EPC precisa agilizar a regularização jurídica das outorgas, requalificar sua mão de obra e reavaliar o modelo de radiodifusão.
No período da tarde, os participantes foram divididos em grupos de trabalho por áreas de interesse. Foram apresentadas, na plenária final no auditório da UNICAP, as contribuições dos grupos de trabalho nas áreas de Conteúdo e Participação Social, Financiamento e Sustentabilidade, Governança e Gestão e Tecnologia e Inovação. O resultado, construído de forma colaborativa, será sistematizado num documento que servirá de subsídios para a política de comunicação pública no estado e para o fortalecimento da TV Pernambuco.
“O Seminário Internacional de Comunicação: Perspectivas para a Empresa Pernambuco de Comunicação” foi uma iniciativa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Universidade Católica de Pernambuco e TV Pernambuco. O evento contou ainda com o apoio do Porto Digital, do Centro Luiz Freire e da Facepe – Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco.
Fonte: Secti