Por Ana Botelho e Rodolfo Libonati

“Era o ano meia um / Tudo era diferente / O rádio era de pilha / TV com botão na frente / Se fazia um jornalismo / Pra defender toda gente…” 

Essa quarta-feira (30) foi dia de falarmos sobre jornalismo, mas não de qualquer forma. Trouxemos à tona a memória e o afeto tão presentes na história do curso da Católica. Neste ano, a trajetória do curso de Jornalismo na formação de profissionais da Comunicação completa 60 anos. 

Transmitido pelo canal do curso de Jornalismo no YouTube, o evento foi aberto com um poema de cordel, a mediadora e professora Andrea Trigueiro. Ela iniciou a programação,  na companhia de Carol Monteiro e Filipe Falcão, que contaram sobre a chegada à docência na universidade e o carinho que têm pela casa. 

Iniciando o debate, Carol falou das possibilidades que se mostram a partir das tecnologias, e do ato de resistência da classe ao exercer a profissão no Brasil dos últimos tempos. “Parte da nossa missão é construir esse jornalismo do século 21, que só está arranhando a superfície do que a gente pode fazer, para cumprir essa função social que é tão importante e que, principalmente agora, na pandemia, se provou fundamental para a gente enfrentar esta que é a maior crise sanitária da nossa história. Estou convencida de que o jornalismo salvou vidas, e é isso o que a gente faz”, afirmou a diretora da Escola de Comunicação. 

“Quando entrei no curso foi uma experiência rica, de conhecer não apenas o jornalismo como profissão, mas principalmente ver como algo humano, ético, que fosse ter uma importância para o outro, e foi aqui na Católica que eu aprendi isso”, relatou Filipe, que reuniu, em um vídeo produzido especialmente pelos 60 anos do curso, depoimentos seus e de Adriana Doria, Alexandre Figueirôa, Aline Grego, Andrea Trigueiro, Carla Teixeira, Carlos Jahn, Carol Monteiro, Cláudio Bezerra, Dario Brito, João Guilherme Peixoto, Juliano Domingues, Lula Pinto, Renata Victor, Ricardo Maia, Verônica Brayner, Vlaudimir Salvador, assim como da equipe técnica com Marcos Muniz, Gustavo Cunha, José Luiz, Jairo Félix, Salvio Pereira, João Bosco e Kety Marinho. E ainda de egressos do curso.

Em uma roda de conversa mediada por Andrea Trigueiro, os professores Aline Grego, Alexandre Figueirôa, Vlaudimir Salvador e Renata Victor, veteranos do corpo docente, puderam falar de suas caminhadas pessoais e profissionais. Quem acompanhava a live pode, ao mesmo tempo, entender melhor a beleza e a garra da construção dessa história que envolve pioneirismo e inovação, iniciada com uma turma de 20 alunos, a partir do projeto do jornalista e pesquisador olindense Luiz Beltrão. 

Encerrando a live, Andrea Trigueiro e Carla Teixeira, coordenadora do curso de Jornalismo, conversaram a respeito de pontos marcantes do curso da Católica: a contribuição à Comunicação com tantos profissionais comprometidos e de destaque; o número expressivo das pesquisas acadêmicas, com seus alunos e professores no PIBIC; os projetos de extensão e a sua transdisciplinaridade; e ainda a novidade que é a Jornada de TCCs, a qual começa já neste semestre, entee os dias 10 e 16 de dezembro. Também sobre a premiação para os melhores TCCs de cada ano, por categoria: web, monografia, assessoria de comunicação, audiovisual, rádio, reportagem e livro reportagem.

O segundo momento do evento, iniciado às 19h e mediado pela professora Aline Grego e professor Alexandre Figueirôa, trouxe o compartilhamento de trajetórias inspiradoras dos egressos da Unicap.

O documentarista e mestre em Direitos Humanos, Aquiles Lopes, Alice de Souza, da Énois e Abraji, Celso Ishigami, do podcast 45 minutos, Laércio Portela  da Marco Zero Conteúdo e Marise Rodrigues,  da Rádio Folha, trouxeram as mais diversas gerações da história jornalística de Pernambuco com algo em comum: a gratidão por terem feito Jornslismo na Unicap. 

Os convidados evidenciaram como os 60 anos do curso de jornalismo tem um papel de extrema relevância para o país, principalmente por acompanhar as evoluções e revoluções do jornalismo nas últimas décadas.  “É preciso sublinhar a potência que é essa marca do jornalismo pernambucano, um diferencial em qualquer currículo”, disse Celso Ishigami, um dos fundadores do Podcast 45 minutos.

Laércio Portela  traduziu a opinião dos participantes, ao destacar que ter se formado pela Unicap significou construir um alicerce formado pelo comprometimento com a sociedade, com a verdade e ética. “Estas são as principais marcas da nossa universidade”  pontuou. 

Aline e Figueirôa compartilharam as perguntas que eram apresentadas pelo público, abrindo o caminho para um grande debate. Foram levantadas questões como as mudanças e transformações dos veículos jornalísticos, o jornalismo independente e sua receptividade, conservadorismo e as principais dificuldades das mídias tradicionais em meio a uma crise de informações em que vive o Brasil.

“A gente tem que entregar não só o que a audiência quer, mas também o que ela precisa saber. O jornalismo é muito mais sobre união do que segregação”, afirmou  Alice de Souza.

O debate rendeu por muito mais tempo que o previstos inicialmente. E trouxe perspectivas inspiradoras, com a observação dos caminhos e da importância do Jornalismo hoje e para o futuros. De todas as pessoas presentes o sentimento era um só: gratidão por fazer parte da história do curso e dos rumos do jornalismo no país. Agradecemos a todos e todas que estiveram presentes neste dia tão especial, prestigiando um marco tão importante para nós que fazemos o curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco.