Portal de Conferências da Unicap, v. 2, n. XXIII, 2021: Semana de Estudos Linguísticos e Literários da Unicap

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Teologia da Libertação e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra: Um entrelaçamento político-discursivo que permeia a língua
Alessandra Stefanello

Última alteração: 2021-05-04

Resumo


Surge na metade do século XX, um movimento de padres e missionários, empenhados em ajudar as minorias sociais dos continentes mais afetados pelas mazelas sociais. Esse movimento, nomeado de Teologia da Libertação, ganha força na América Latina, principalmente, no Brasil, onde considerou a Reforma Agrária seu principal objetivo para sanar as desigualdades do campo brasileiro. Com a mecanização agrícola, a partir da abertura do comércio nos anos 50, o número de sem-terra cresceu e passou a se mobilizar como movimento social, expandindo para grande parte do país e ganhando o olhar de padres favoráveis à Teologia da Libertação que viam na luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) uma possibilidade de efetivar o compromisso social da Igreja para com os pobres. A partir de meados da década de 70, a história se entrelaça e constitui um lugar de fé, de luta e de emancipação; quase 20 anos depois, o Hino do Movimento Sem Terra é criado, demarcando um lugar institucional na história da luta pela terra e da reforma agrária. Tomando como corpus de pesquisa a materialidade discursiva mencionada e filiada à teoria da Análise de Discurso de matriz francesa no Brasil, objetivamos compreender como se constitui o atravessamento de uma formação discursiva religiosa na ideologia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra que ressoa através da história e se materializa pela repetição no Hino deste movimento político.


Palavras-chave


Teologia da Libertação; MST; hino; formação discursiva; ideologia