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A série de quadrinhos “Confinada” (2020), do ilustrador Leandro Assis, vem fazendo muito sucesso no Instagram pelo fato de retratar a realidade de grande parte da população brasileira em relação às raízes escravistas ainda presentes. A temática desse trabalho é a consciência de raça mostrada na protagonista Ju, mulher negra e periférica a qual trabalha como empregada doméstica de uma família branca e rica. Essa pesquisa tem o intuito de retratar os diálogos da protagonista e relacioná-los com a ideia de decolonialidade no século XXI. Para isso, foi realizada uma análise bibliográfica com autores os quais suas temáticas interligam sociedade e minorias raciais, em especial a raça negra. Dentro dessa metodologia, foram utilizados os seguintes aspectos: o pensamento de Antônio Candido (1965) sobre a literatura moderna retratar críticas sociais, o conceito de mimesis pelas palavras de Auerbach (1946), a definição de desigualdade social na visão de Karl Marx (1867), relacionando-a com a noção de racismo institucional e estrutural determinada por Silvio Almeida (2019) e as ideias sobre o feminismo negro no Brasil a partir das concepções de Djamila Ribeiro (2018). Destarte, pode-se concluir que a personagem-foco do corpus produz um discurso ativista que traz à tona a sua revolta com a permanência de características escravocratas no cotidiano brasileiro, além de mostrar a força e perseverança da mulher negra e empregada doméstica que não se sente inferior pela sua cor. Portanto, Ju pode ser considerada um símbolo de resistência dentro da ficção literária contemporânea.

Quadrinhos; Decolonialidade; Feminismo Negro