Carlos Eduardo Alves Moraes (1),

Jailson Jackson Faustino (2),

Isabela Rêgo Barros (3)

No presente trabalho a fonoaudiologia e a linguística serão determinantes nas distribuições de elementos que descrevem nosso corpo teórico ante o objeto de estudo de cada área: a língua(gem). Justapor duas áreas que se intercalam e que juntas compreendem o funcionamento típico e atípico da língua, diz muito sobre como lidamos com a linguagem. Afinal, antes de qualquer coisa, a língua só se manifesta através de usos específicos na comunicação. O trabalho tem o objetivo de trazer uma discussão teórica sobre a prosódia como possibilidade de lugar enunciativo no autismo. Considerando nosso  deslocamento entre as duas áreas citadas acima, traremos elementos que sustentam a compreensão das manifestações de linguagem em um contexto específico de uso. Para isso nos fundamentamos na teoria da enunciação de Émile Benveniste, para quem a enunciação é colocar em funcionamento a língua por um ato individual de utilização (BENVENISTE, 1970/1989). Defendemos que, ao lançarmos o olhar sobre os aspectos prosódicos nos enunciados do autista, podemos afirmar que há uma apropriação da língua sob a condição de intersubjetividade e a inserção do sujeito na linguagem, uma vez que a língua é um todo em seus aspectos segmentais e suprassegmentais. Nossa discussão é demonstrar que as funções prosódicas alinhadas a intencionalidade enunciativa.

Palavras chave: Linguagem, Prosódia, Enunciação.