Na contemporaneidade, verifica-se a consistência que o trabalho de Enéias Tavares vem alcançando. Sua produção literária se constitui entre romances, graphic novel e projetos audiovisuais. Dada a importância deste trabalho, investiga-se, portanto, de que maneira a tecnologia contribui para a presença do steampunk na leitura de uma narrativa. Para responder a essa pergunta, este estudo se propõe a analisar o romance em questão para compreender quais são os efeitos desses recursos ficcionais utilizados pelo romancista. O livro apresenta-se como um romance de mistério e é considerado fruto de um subgênero da ficção científica intitulado steampunk. A história de A lição de Anatomia se inicia no inverno de 1911 e se passa em Porto Alegre. O espaço se constrói através de elementos fantásticos e um futuro mais tecnológico, em que há figuras de fábricas, maquinários, barulho de hélices. Louison - um dos protagonistas - é acusado e capturado por ter cometido crimes de assassinato. O jornalista, Isaías Caminha, tenta fazer uma entrevista com o assassino. Metodologicamente, a pesquisa parte da narrativa, como elemento essencial, à luz dos aportes teóricos principais para análise, tais como os críticos Bruno Anselmi Matangrano e Enéias Tavares (2019), os quais trazem reflexões a respeito do steampunk; Éverly Pegoraro (2012); e Linda Hutcheon (1991) em Poética do pós-modernismo.