Última alteração: 2021-05-04
Resumo
Letrar literariamente em tempos difíceis e pandêmicos como esses em que vivemos, requer uma discussão acerca dos ascpectos pertencentes à linguagem literária. Contudo, mesmo que se pretenda letrar o leitor jovem do Ensino Médio a partir da apropriação da leitura do texto literário no ambiente escolar, é preciso repensarmos questões além dessas, tais como: o porquê de ler textos literários. Mesmo passadas décadas de pesquisas importantes que discutem sobre a linguagem literária e metodologias de ensino de literatura como a de Aguiar e Bordini (1993), ainda persiste a questão de como/de que maneira letrar o leitor do EM a partir da leitura literária. Para mais, a questão de quais e para quê utilizar textos literários canônicos, como as obras de Machado de Assis, perdura na mesma proporção em que surgem polêmicas acerca dessa escolha e utilização em vestibulares espalhados pelo país. Além disso, a abordagem da linguagem literária no EM tem sido questionada. Por isso, discutir criticamente tais assuntos em eventos acadêmicos, fomenta ainda mais a ideia de que o letramento literário proposto por Paulino e Casson (2009) pode e deve transcender seus pressupostos (AMORIM et al, no prelo), a fim de protagonizar o leitor; fio condutor de todo o processo literário (JAUSS, 1994). Por esse motivo, suscitar essa discussão de forma crítica, certamente pode contribuir com as questões aqui evocadas, renovando-as por meio das possíveis respostas de hoje; sendo este o objetivo geral desta proposta de comunicação oral. Assim, em nossos resultados parciais, consideramos que a leitura literária em tempos pandêmicos deve ser pautada não só por textos literários canônicos, mas que essa prática transcenda-os e que o professor, mediador dessa leitura, se comprometa em dá vez e voz ao jovem leitor. Dessa forma, pode-se concluir que protagonizar esse leitor é oportunizar uma leitura literária mediada, engajada e compromissada.