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A QUEM SERVE A INOVAÇÃO? MOBILIDADE URBANA E EXCLUSÃO DAS PERIFERIAS NA ERA DAS BIKES COMPARTILHADAS
Última alteração: 2019-07-09
Resumo
A mobilidade urbana sempre foi sensivelmente afetada pelo crescimento desordenado das cidades e, muito disso, diz respeito às falhas de gestão urbana. Nessa perspectiva, a inovação tecnológica, por meio das bikes compartilhadas, naquilo que se denomina como Smart Cities; aparecem como modelo de modernização das cidades, alternativo ao transporte público tradicional, atuante em benefício da população. No entanto, a sociedade é um espaço de constante disputa pela hegemonia e, assim sendo, o próprio elemento poder é constituído pela ideia de dominação, exploração e conflito. Não raro, nesse espaço de beligerância, a população mais vulnerável acaba sendo alijada de diversos direitos fundamentais, inclusive no que tange a esses processos de inovação urbana que trazem consigo o conceito de cidades mais inclusivas. Assim, observando as áreas de atendimento das bikes compartilhadas é possível perceber, nitidamente, o foco de atendimento de um público, de classes socialmente mais altas, em detrimento de outro, qual seja, pessoas residentes em bairros periféricos. Dentro dessa lógica, o objetivo deste estudo é evidenciar como um projeto de mobilidade urbana, que deveria atender a população como um todo, sucumbe o acesso de determinado público em detrimento de disputas de poder e acaba por atender apenas a um grupo social mais poderoso, que, de fato, não costuma utilizar os serviços como meio essencial cotidiano de transporte e muito mais como uma opção de lazer. Assim, traz-se à baila a discussão que os problemas sociais remetidos aos projetos das Smart Cities não estão assentados na evolução ou involução tecnológica, mas na lógica de dominação que perpassa todos os ambientes. Foi feita uma revisão bibliográfica sobre o tema, no campo multidisciplinar urbanístico, ambiental e tecnológico, pesquisa documental na Região Metropolitana do Recife e utilizou-se o método de raciocínio analítico-dedutivo.
Palavras-chave
Inovação urbana; exclusão social; bikes compartilhadas.