Portal de Conferências da Unicap, IV Seminário Internacional Pós-Colonialismo, Pensamento Descolonial e Direitos Humanos na América Latina

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A HISTÓRIA NÃO CONTADA DAS MULHERES CERVEJEIRAS
Cristiane Oliveira

Última alteração: 2019-07-09

Resumo


PROBLEMA DE PESQUISA

A presente pesquisa tenta pensar estratégias de consolidação/reconhecimento de direitos das mulheres a partir de uma perspectiva decolonial para respondersmo a uma inquietação: se o feminismo, em última análise, é a defesa de direitos das mulheres, por que cargas d´agua tantas mulheres são contra o feminismo?  A proposta é refletirmos sobre as diferentes estratégias usadas pelo movimento de mulheres para visibilizar as opressões sofridas; passando pelas eventuais limitações do conhecimento hegemônico e excludente da academia e pela invisibilização de saberes populares.  O resgate histórico das mulheres cervejeiras é trazido enquanto proposta de estratégia de reflexão sobre relações de poder através da recuperação de mais uma história não contada sobre o protagonismo da mulher no desenvolvimento de conhecimento, in casu, invenção e produção de cerveja.

QUESTÕES  TEÓRICAS

O trabalho de SILVIA FEDERECI irá orientar o resgate histórico das mulheres cervejeiras e a visibilização das engrenagens do sistema patriarcal. Dentre tais estratégias, falaremos sobre a destruição da autoestima da mulher enquanto instrumento de dominação para, então, discorrermos sobre o processo de reconstrução de subjetividade quando da tomada de consciência do caráter estrutural da opressão sobre o corpo feminino, com SIMONE DE BEAUVOIR, NEUSA DOS SANTOS, RITA SEGATO e AUDRE LOURDE.                      Acerca das relações de trabalho enquanto base material de dominação do homem sobre a mulher expressa na divisão sexual do trabalho, traremos KERGOAT.  Para refletirmos sobre os possíveis efeitos da subversão desse sistema, traremos WOOLSTONECRAFT. Dado que os processos de socialização e, portanto, a construção social e pessoal do feminino, acabam por ser diferentes para mulheres brancas e negras, circunstância que irá se materializar no mundo do trabalho através da divisão racial do trabalho, traremos ANGELA DAVIS e CRENSHAW para entender a relação de poder e identidade nos diferentes contextos.

ASPECTOS METODOLÓGICOS

Pesquisa bibliográfica; blogs na internet; visitas a museus e bibliotecas na tentativa de localizar referências sobre as mulheres cervejeiras em documentos diversos. Por fim, um estudo de caso sobre tais temas e coletivos de mulheres cervejeiras na cidade do Rio de Janeiro atuais.

APONTAMENTOS CENTRAIS E EVENTUAIS CONCLUSÕES

A presente pesquisa experimenta outras estratégias de diálogo ao resgatar a história não contada do protagonismo da mulher na invenção e produção de cerveja para visibilizar as engrenagens do sistema patriarcal e, por fim, propor uma reflexão sobre as relações de poder criadas a partir de gênero, raça e classe a partir da confrontação esse passado e nossas próprias experiências nos dias atuais.

BIBLIOGRAFIA CENTRAL

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero, 2002.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Rio de Janeiro: Boitempo, 2016.

FEDERECI, Silvia, “Calibã e a Bruxa”, 2004.

KERGOAT, Danièle; em DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO E RELAÇÕES SOCIAIS DE SEXO,

SEGATO, Rita Laura. La Argamasa Jerárquica: violência moral, reproducción del mundo y la eficácia simbólica del Derecho. 2003.

WOLLSTONECRAFT, Mary. Reinvindicação dos Direitos da Mulher, 1 ed. – São Paulo; Boitempo, 2016.


Palavras-chave


descolonial