Essa pesquisa é baseada numa perspectiva bottom-up, direcionada a compreender como as mulheres cristãs2 percebem a construção dos seus direitos, através do que as próprias religiosas têm a dizer a respeito. Para isso, foram utilizados documentos (foto, vídeo, texto, áudio) de páginas oficiais, sites e blogs de grupos ativistas, associações e organizações de mulheres cristãs ou com projetos voltados para essa comunidade, entre os anos de 2012 e 2018. Foi empregada a Análise de Discurso de linha francesa, a qual percebe o discurso como prática social. Preocupa-se em ir além do conteúdo, analisando a maneira como é dito, quem está falando e quem está ouvindo. É a forma de pensar o discurso não apenas por palavras, e sim, palavras como ação. As tendências gerais observadas em relação a formação discursiva das cristãs nesses espaços foram em oposição, por um lado, à comunidade de cristãos e as desigualdades de gênero perpetradas em nome de Jesus Cristo e por outro, a comunidade maior e suas atitudes discriminatórias carregadas de racismo.