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TEORIAS PÓS-COLONIAIS: PARA REPENSAR A NARRATIVA EUROCÊNTRICA DA MODERNIDADE FUNDAMENTADA A PARTIR DA PERSPECTIVA DESCOLONIAL
Última alteração: 2019-07-31
Resumo
Ao longo dos últimos anos, estudos teóricos provenientes principalmente dasconsideradas “Zonas periféricas” ganharam notoriedade institucional e global sob o prisma doPós-colonialismo. Iniciado através de autores que sucederam os debates estruturalistas epós-estruturalista, as teorias Pós-coloniais se estenderam ao âmbito global na intenção dequestionar a narrativa Ocidental da modernidade e, através de suas margens, revelar osubalterno como parte indispensável desse desdobramento histórico.A partir de tais teorias, a narrativa hegemônica da modernidade concedeu à Europaum lócus privilegiado de enunciação, que, mesmo após o final do período colonial, continuoubeneficiando aspectos da cultura europeia em detrimento de outras experiências de vida.WALTER MIGNOLO (2008), explica a modernidade europeia fundamentada pelocolonialismo, através do uso da filosofia para formar e transformar a sua própria história.Historia que passa a concentrar-se em uma geografia do conhecimento de maneira queconceito de filosofia tornou-se uma arma para o epistemicídio que mutilou e silenciouraciocínios vindos da África e da população indígena. Desse modo, o conhecimento estádefinido geo-historicamente, isto é, caracterizado pelo lugar de enunciação que é produzido,e esta se contrapõe ao discurso da modernidade em que o conhecimento seria provenientede um sujeito sem corpo e deslocalizado. No entanto, a geopolítica explica que oconhecimento é definido por localizações específicas e são eles que estabelecem ascondições de existência do sujeito cognoscente. Em razão disso, ocorre uma inflexão
descolonial que tem como objetivo revolucionar o princípio cartesiano fundamental da ego-política do conhecimento o ‘’penso, logo sou’’, para esclarecer as premissas do corpo e da
geopolítica do conhecimento o princípio: ‘’Sou, de onde penso’’ (Maldonado -Torres, 2007,p.193).A partir dessas posições, Mignolo desenvolve uma ideia de filosofia de caráterdescolonial que projeta repensar categorias tradicionais do pensamento a partir do encontrocom a alteridade que não deturpe o outrem, e sim que ocorra uma alteração no dadohegemônico, isto é: ‘’Descolonial significa pensar a partir da exterioridade e em uma posiçãoepistêmica subalterna vis-à-vis à hegemonia epistêmica que cria, constrói, erige um exteriora fim de assegurar sua interioridade’’ (Mignolo, 2008, p.304)
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Costa (2006) interpreta esse conjunto de movimentos teóricos como novas propostasepistemológicas definidas pelo ‘’método da desconstrução dos essencialismos’’. Segundoele, essas contribuições intelectuais, colocaram a si a responsabilidade de desconstruir afronteira cultural formada historicamente no seio da colonização, mas que reproduz até osdias atuais, entre o Primeiro e o Terceiro Mundo, uma relação dicotômica (Costa, 2006, p.117).É nesse sentido que Mignolo (2008) afirma que é preciso superar ‘’a consciência purada expansão europeia imperial/colonial e o convite forçado para assimilar ou para sentir adiferença, a diferença colonial’’.Portanto, o combate a essa consciência constitui a ferida moderna/colonial causadapelo deslocamento racial que acusa uma identidade que foi politicamente construída, noentanto faz uso dela para poder libertar-se.Este artigo se propõe realizar um estudo do discurso sociológico da modernidade,notadamente ao que se referem as suas abordagens pós-coloniais em cima das narrativas dopensamento descolonial, buscando entender alguns desses movimentos críticos àmodernidade europeia em relação a sua dimensão epistemológica.
descolonial que tem como objetivo revolucionar o princípio cartesiano fundamental da ego-política do conhecimento o ‘’penso, logo sou’’, para esclarecer as premissas do corpo e da
geopolítica do conhecimento o princípio: ‘’Sou, de onde penso’’ (Maldonado -Torres, 2007,p.193).A partir dessas posições, Mignolo desenvolve uma ideia de filosofia de caráterdescolonial que projeta repensar categorias tradicionais do pensamento a partir do encontrocom a alteridade que não deturpe o outrem, e sim que ocorra uma alteração no dadohegemônico, isto é: ‘’Descolonial significa pensar a partir da exterioridade e em uma posiçãoepistêmica subalterna vis-à-vis à hegemonia epistêmica que cria, constrói, erige um exteriora fim de assegurar sua interioridade’’ (Mignolo, 2008, p.304)
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Costa (2006) interpreta esse conjunto de movimentos teóricos como novas propostasepistemológicas definidas pelo ‘’método da desconstrução dos essencialismos’’. Segundoele, essas contribuições intelectuais, colocaram a si a responsabilidade de desconstruir afronteira cultural formada historicamente no seio da colonização, mas que reproduz até osdias atuais, entre o Primeiro e o Terceiro Mundo, uma relação dicotômica (Costa, 2006, p.117).É nesse sentido que Mignolo (2008) afirma que é preciso superar ‘’a consciência purada expansão europeia imperial/colonial e o convite forçado para assimilar ou para sentir adiferença, a diferença colonial’’.Portanto, o combate a essa consciência constitui a ferida moderna/colonial causadapelo deslocamento racial que acusa uma identidade que foi politicamente construída, noentanto faz uso dela para poder libertar-se.Este artigo se propõe realizar um estudo do discurso sociológico da modernidade,notadamente ao que se referem as suas abordagens pós-coloniais em cima das narrativas dopensamento descolonial, buscando entender alguns desses movimentos críticos àmodernidade europeia em relação a sua dimensão epistemológica.