Última alteração: 2019-07-17
Resumo
Padrões fixados pelas culturas ocidentais estão arraigados no imaginário social e naturalizados cotidianamente nos diversos espaços de convivência humana. Esta lógica colonial afeta grupos vulnerabilizados a partir de seus padrões culturais religiosos definidos e impostos por aqueles que se dizem superiores e detentores do poder. Este trabalho objetiva identificar a diferença cultural e como esta diferenciação acaba por torna-se alvo de exclusão, discriminação e violência por grande parte da sociedade brasileira, especialmente no sul do Brasil. O discurso colonial torna-se uma forma crucial para a ligação de uma série de diferenças e discriminações que embasam as práticas discursivas e políticas da hierarquização racial e cultural, pois tornou-se um aparato de poder, o qual se apóia no reconhecimento e repúdio de diferenças e sua função estratégica predominante é a criação de um espaço para sujeitos através da produção de conhecimentos em termos dos quais se exerce vigilância e se estimula uma forma complexa de prazer/desprazer, a qual busca legitimação através da produção de conhecimentos do colonizador e do colonizado que não estereotipados e avaliados antiteticamente. Assim, este aparato confere legitimidade para o surgimento de situações de violência amparadas pelo Estado, as quais acabam por naturalizar a violência contra grupos etnicamente diferenciados e intensificando o racismo no Brasil. Como método empregado para este estudo definiu-se o dedutivo a partir de estudos da teoria do discurso, fundamentado a partir de pesquisas bibliográficas sobre as teorias descoloniais sobre o tema.