PROBLEMA DE PESQUISA

A persistência da responsabilização social das mulheres pelo trabalho dos cuidados e seus impactos diferenciados nas mulheres em função de sua raça e classe. Assim, como a análise de políticas que incidam sobre a divisão sexual do trabalho e as desigualdades de raça e classe entre as mulheres,em especial creches públicas.

QUESTÕES TEÓRICAS

Frente a responsabilização social das mulheres pelo trabalho reprodutivo,é preciso que se dê atenção às várias formas pelas quais as vivências de gênero se intersectam com outras identidades e contribuem para vulnerabilidades de diferentes grupos de mulheres(CRENSHAW, 2002).Desta forma, o impacto da sobrecarga do trabalho reprodutivo é ainda maior na vida das mulheres pobres, que num ambiente de insuficiência de políticas públicas,não tem condições de arcar com os custos da terceirização deste trabalho. Diante da herança colonial e escravista de nosso país, coube historicamente às mulheres negras desempenharem este trabalho para outras famílias, primeiro de forma forçada e depois precarizada. Sendo estas mulheres empregadas de forma precária para o desempenho destas tarefas para outras famílias,liberando mulheres de outras classes e raças.Neste contexto políticas públicas que interfiram na divisão sexual do trabalho, como as creches, são fundamentais nos combates as desigualdades de gênero, raça e classe.

ASPECTOS METODOLÓGICOS

Resgate teórico da divisão sexual do trabalho, a partir de referenciais feministas,interseccionais e descoloniais; análise de estatísticas oficiais acerca das condições das mulheres no mundo dos trabalhos, de históricos dos movimentos de luta por creches e dos documentos das Conferências Nacionais de Políticas para as Mulheres.

APONTAMENTOS CENTRAIS E EVENTUAIS CONCLUSÕES

A partir de um olhar decolonial e interseccional sobre as permanências dadivisão sexualdo trabalho, evidencia-se as diferenças entre mulheres na sociedade brasileira, marcada por uma forte herança colonial e por desigualdades sociais. Apontamos a importância de políticas públicas que incidam sobre a divisão sexual do trabalho, como forma de contribuir para a diminuição das desigualdades entre e intra gêneros.Sendo a política de creches públicas, uma das políticas mais consolidadas neste campo, fruto de forte incidência e organização das mulheres, em especial, desde os processos de redemocratização do país.