Tema: “Concílio Vaticano II: 50 anos – história e perspectivas”
Dias: 09, 10 e 11 de maio de 2012
Local: Auditório G-II
Apresentação
O Concílio Vaticano II, aberto em 1962, é o evento que redefiniu a paisagem eclesial do século passado. Há 50 anos um novo elã era assim dado aos cristãos. Com razão ele foi designado mais de uma vez como a “primavera da Igreja”. Uma de suas características: a abertura. Abertura que se traduz pela atitude de profunda escuta: da Palavra de Deus, dos homens, de seu tempo, de sua história, da Igreja e de sua missão no mundo. Escuta que engaja o diálogo para além das fronteiras da própria Igreja. A perspectiva do aggionarmento, disposição característica do Concílio, insere-o humildemente no movimento da Encarnação do Verbo.
De caráter despretensioso e eminentemente pastoral, o Vaticano II é autenticamente teológico. Não se esquiva das questões candentes do seu tempo. Não as contempla com a superioridade de quem já possui todas as respostas. Deixa-se interpelar. Ao longo de vários dos dezesseis documentos que foram promulgados podemos encontrar, em proporções diversas, os traços do desejo de reconciliação com o mundo moderno. Através deles, vislumbra-se um novo modo de ser Igreja, um novo modo de pensá-la, convocando-a a retornar às fontes, haurindo nas Escrituras e na Tradição para redescobrir a sua vocação e missão.
Vislumbra-se ainda a importância dada à experiência humana, o desejo de tecer elos e conhecer as verdadeiras perguntas que emergem dessa experiência. Longe de marcar rupturas, a Igreja anuncia a paz, a esperança. Marca sua proximidade e solidariedade com a grande família humana.
Uma reflexão sobre a convocação e a realização do Concílio leva ao reconhecimento do olhar de fé, da confiança de João XXIII: ousar esperar na ação do Espírito. Confiança que marca o espírito do Concílio e convida seus interlocutores a entrar no mesmo espírito. A fidelidade ao Espírito, o desejo da credibilidade do anúncio de que a Igreja é portadora e de sua presença em meio aos homens, a dinâmica de esperança desencadeada pelo Concílio, não suprimiram as dificuldades que se seguiram. Dificuldades que trouxeram, para além dos sofrimentos, a provocação do crer e do crescer. Aliás, a fé viva e madura, uma vida cristã voltada para o mundo, amado, querido e escolhido por Deus para se manifestar, não são também, ao mesmo tempo, semente e fruto do Concílio? Os desafios e graças desses 50 anos podem continuar a fecundar as reflexões, e para além de qualquer nostalgia, a abrir-nos ao “hoje” que nos é dado.
Conferencistas
Bartolomeu Figueiroa de Medeiros:
Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco, graduação em Filosofia Sistemática – Seminário Carmelitano/SP, graduação em Teologia Sistemática – Seminário Carmelitano/SP, Mestrado em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco, Doutorado em Antropologia pelo Museu Nacional – UFRJ e Pós-Doutorado pela Universidade de Brasília. Atualmente é Professor Colaborador Permanente da Universidade Federal de Pernambuco e Sócio-Efetivo da Associação Brasileira de Antropologia.
Ione Buyst:
Doutora em Teologia Dogmática com Concentração em Liturgia, pelo Centro de Liturgia da Pontifícia Faculdade de Teologia N. Sra. da Assunção, São Paulo. Atua no ensino da liturgia em várias instâncias. Assessora cursos, projetos, retiros e encontros de formação e pastoral litúrgicas. É autora de vários livros e artigos, tanto no campo acadêmico, quanto no campo pastoral e popular.
José Oscar Beozzo:
Doutor em História Social, pela Universidade de São Paulo, USP. Mestre em Sociologia da Religião, pela Université Catholique de Louvain, Bélgica. Especializado em Comunicação Social, pela Université Catholique de Louvain, Bélgica, e em História do Brasil, pela Faculdade Auxilium de Filosofia, Ciências e Letras em Lins, São Paulo. Graduado em Ciências Politicas e Sociais pela Université Catholique de Louvain, Bélgica. Graduado em Teologia pela Pontificia Università Gregoriana em Roma, e em Filosofia pelo Seminário Central do Ipiranga/Seminário Central de Aparecida, São Paulo.
Dom Luiz Demétrio Valentini:
Cursou Filosofia no Seminário Maior de Viamão e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Licenciou-se em Letras pela Faculdade de Palmas, no Paraná. Foi ordenado presbítero em São Valentim, no dia 6 de fevereiro de 1965. De 1999 a 15 de novembro de 2011 foi presidente da Cáritas Brasileira, por quatro mandatos consecutivos. Atualmente é bispo da diocese de Jales, em São Paulo.
Programação
09 de maio de 2012 (quarta-feira)
14h às 15h40 – Minicurso “Segredo dos ritos, ritualidade e sacramentalidade”, com Ione Buyst no Auditório G2
16h às 17h40 – Oficinas com os professores de Teologia da UNICAP
18h30 – Chegue antes: atividade cultural
19h às 21h30 – Conferência: “O Concílio Vaticano II: o fato histórico e seus desdobramentos”, com José Oscar Beozzo
10 de maio de 2012 (quinta-feira)
14h às 15h40 – Minicurso “Segredo dos ritos, ritualidade e sacramentalidade”, com Ione Buyst no Auditório G2
16h às 17h40 – Seção de comunicações mediante inscrição prévia
18h30 – Chegue antes: atividade cultural
19h às 21h30 – Conferência: “O Vaticano II e a Renovação Litúrgica”, com Ione Buyst
11 de maio de 2012 (sexta-feira)
14h às 15h40 – Oficina “Músicas da Igreja nos caminhos do pós-concílio”, com Zé Vicente;
16h às 17h40 – Café Teológico “O Concílio e o diálogo ecumênico e inter-religioso”, com Prof. Frei Tito e Prof. Gilbraz
18h30 – Chegue antes: atividade cultural
19h às 21h30 – Conferência: “A Eclesiologia do Vaticano II”, com dom Demétrio Valentini, bispo de Jales, SP
[stextbox id=”info” caption=”Serviço”]Dias: 09, 10 e 11 de maio de 2012
Local: Auditório GII
Inscrições: www.unicap.br/SemanaTeologia/
Entrada Franca[/stextbox]
Oficinas:
Oficina 1
Sacrossanctum Concilium 50 anos
(Jacques Trudel, SJ)
Ementa:
A primeira instrução “Inter Oecumenici para aplicação do Concílio”, de setembro de 64. Cap. 7 – a modificação do espaço litúrgico: recepção-reação. Haverá projeção de algumas fotos de exemplos de espaço litúrgico.
Oficina 2
Vaticano II: secularização e ecumenismo
(Luiz Alencar Libório)
Ementa:
Reflexão sobre o Concílio Ecumênico Vaticano II como um evento que se coloca de maneira crítica e aberta sobre os fenômenos da secularização e do ecumenismo em nosso tempo, visando a construir uma cultura de respeito e de diálogo construtivo com o diferente pós-moderno e religioso na construção de uma sociedade tolerante e aberta ao pluralismo em todos os campos do ser e do saber.
Oficina 3
Ministérios nas Igrejas: doVaticano II aos nossos dias
(Prof. Luiz Moura)
Ementa:
O ministério pastoral ordenado e não ordenado (catequista). O diálogo ecumênico. Ministérios femininos. Pastoral social.
Oficina 4
O Vaticano II e as transformações culturais na América Latina a partir da inculturação do Evangelho.
(Artur Peregrino)
Ementa:
Na América Latina e no Caribe as práticas eclesiais caminharam entrelaçadas com mudanças sociais, políticas e culturais. O Concílio Vaticano II abriu algumas portas de entrada para a questão das culturas e de sua diversidade. Particularmente no Brasil houve uma marca forte por um novo jeito de a Igreja ser, eclesial e culturalmente. Através das CEB’s os pobres afirmaram uma evangelização inculturada e libertadora.
Oficina 5
O Concílio de Jerusalém em Atos, capítulo 15
(Cláudio Vianney Malzoni)
Ementa:
Leitura e apresentação do capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos procurando mostrar quais os problemas que a Igreja nascente estava enfrentando, como buscou soluções para esses problemas e quais foram essas soluções. Fazer uma comparação entre esse capítulo dos Atos e 1Cor 8-11 e Gl 1-2. Teria Paulo deixado de seguir o que ficou acertado no Concílio de Jerusalém?
Oficina 6
O olhar de Dom Helder sobre o Concílio: uma abordagem a partir de seus escritos – Cartas Conciliares
(João Luiz Correia Júnior)
Ementa:
Com o Lançamento das Obras Completas de Dom Helder Camara, a partir de 2009, tivemos acesso às suas Circulares Conciliares, que ele escreveu durante o Concílio, em Roma, demonstrando toda a sua esperança de novos tempos para a Igreja, em meio aos desafios do tempo presente. Esta oficina objetiva apresentar algumas linhas desses escritos, que refletem o olhar do Dom sobre aquele momento importante de nossa recente história eclesial. Trata-se dos resultados do Projeto de Pesquisa “Dom Helder Camara, Profeta, Cristão e Padre da igreja”, aprovado pelo CNPq, realizado na UNICAP no período de 2009 a 2010, coordenado pelo Prof. João Luiz.
Comunicações
Normas para envio do texto completo para publicação nos Anais da Semana de Teologia 2012 – UNICAP
Enviar texto completo, até dia 1º maio de 2012, via e-mail teologia@unicap.br, com as seguintes especificações:
1º. Língua: o original deve ser encaminhado com o português revisto.
2º. Formatação: o texto deve ser digitado na linguagem Word 97-03 DOC, espaço 1,5 entre linhas, fonte “Times New Roman 12”, papel formato A4, justificado com as seguintes margens: superior 3 cm; inferior 2cm; esquerda 3 cm e direita 2cm.
3. Tamanho: o texto deve ser o mais claro e conciso possível. Serão, apenas, aceitos trabalhos com, no máximo, até 10 laudas, incluindo as Referências, Figuras, Tabelas, etc.
4. Título: os trabalhos deverão ser iniciados com o título, centralizado, todo em letras maiúsculas. Se houver subtítulo, vem após o título, antecedido de dois pontos, todo em letras minúsculas. Tudo em negrito.
5. Autor(es): vem logo abaixo do título (e subtítulo), antecedido(s) de sua devida titulação (mestre, doutor), com um número subscrito, no final (remetendo à nota de rodapé), indicando o cargo, local onde trabalham, etc. e o eletrônico eletrônico (e-mail).
6. Estrutura: os trabalhos deverão ter, sempre que possível, a seguinte estrutura:
a. Resumo (com, no máximo, de 250 palavras – cerca de 10 linhas): deve ser apresentado, objetivamente, uma breve frase introdutória que justifique e sintetize o Trabalho, o que foi feito e estudado, os mais importantes resultados e conclusões. Será seguido da indicação das palavras-chave (máximo de 5, separadas por vírgula).
b. Abstract e Key words: passar o resumo e as palavras-chave para o inglês.
c. Introdução: deve ser breve, esclarecendo o tipo de problema abordado ou a(s) hipótese(s) de trabalho e indicação do objetivo do trabalho.
d. Corpo ou desenvolvimento: com os resultados e discussões do tema, que pode ser dividido em capítulos, subcapítulos, sessões, etc.
e. Conclusões: devem basear-se, somente, nos dados apresentados no Trabalho.
f. Referências: devem estar de acordo com a ABNT.
[stextbox id=”info” caption=”Comunicações”]Comunicações Semana de Teologia 2012
Data limite para envio do trabalho: 1º de maio de 2012
E-mail: teologia@unicap.br[/stextbox]
Inscrições : www.unicap.br/SemanaTeologia/
