Portal de Conferências da Unicap, IV Seminário Internacional Pós-Colonialismo, Pensamento Descolonial e Direitos Humanos na América Latina

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A ARTICULAÇÃO ENTRE O MOVIMENTO AGROECOLÓGICO E O FEMINISMO PARA A EFETIVAÇÃO DO DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E PROMOÇÃO DA SOBERANIA ALIMENTAR
Lilian Vitor do Nascimento Ferreira

Última alteração: 2019-07-09

Resumo


Resumo: a pesquisa se propõe a investigar a relação entre a participação feminina no campo e as lutas pela promoção da soberania alimentar e efetivação do direito humano à alimentação adequada. Questionam-se quais seriam os principais desafios encontrados pela mulher do campo para se colocar nos espaços de tomada de decisão, seja ele público ou privado. É possível falar em soberania alimentar sem protagonismo feminino? Do ponto de vista metodológico, trata-se de pesquisa qualitativa, realizada através da revisão bibliográfica de autoras e autores cuja perspectiva epistemológica concentra o pensamento decolonial. A coleta de dados é consubstanciada pela observação dos sujeitos da pesquisa e análise das entrevistas de mulheres inseridas no contexto agrário. Com isso, torna-se possível identificar o(s) feminismo(s) em que a luta pela soberania alimentar se enquadra. É possível, ainda, considerar o não enquadramento em nenhuma categoria já teorizada, a partir de uma compreensão crítica decolonial e o cotejo das ideias difundidas pelo movimento feminista, majoritariamente urbano. Considera-se o protagonismo da mulher ao assumir a pauta da agroecologia e seu papel central nos sistemas alimentares, nos módulos rurais, na luta contra a desnutrição e subnutrição infantil e nos espaços públicos. O debate feminista ganha destaque na construção do movimento agroecológico em razão das pautas trazidas pelas mulheres do campo e respectivos movimentos sociais, resultando na valorização e resgate de saberes, o que inclui a ancestralidade e a relação do ser humano com a natureza. Os resultados da pesquisa são incertos, mas não há que se negar, parafraseando o título do boletim redigido no IV Encontro Nacional de Agroecologia (2018), que “sem feminismo não há agroecologia”.

Palavras-chave


agroecologia; decolonialidade; feminismo; soberania alimentar; sul global; Via Campesina.