Última alteração: 2019-07-17
Resumo
O objetivo do trabalho é discutir como as práticas burocráticas de vigilância e in.segurança (Didier Bigo, 2008) nos aeroportos reproduzem e perpetuam enquadramentos de raça, nacionalidade e gênero de indivíduos que desejam migrar. Nosso problema de pesquisa reside em compreender em que medida as práticas cotidianas de controle migratório violentam e estigmatizam (Erving Goffman, 1975) indivíduos racializados, ajudando a criar a figura do inimigo nacional, do outsider, que compõe em alguns discursos liberalizantes sobreglobalização as “novas ameaças globais”. Argumento que essas práticas são possíveis à medidaque se baseiam na divisão moderna europeia ocidental colonialista e imperialista de divisão de fronteiras e noção de soberania nacional (MIGONOLO, 2006) Compreender esses constructos discursivos perpetuados no âmbito jurídico, na imprensa e na fala de representantes do Estado é essencial para questionar a construção de políticas migratórias cada vez mais excludentes. Em termos metodológicos, o trabalho é descritivo, interpretativo e conta com análise de dados sobre políticas migratórias na América Latina. Os resultados apontam para o crescimento douso da tecnologia da informação na construção de perfis “suspeitos” que reificam noçõesracistas e xenófobas.