Portal de Conferências da Unicap, IV Seminário Internacional Pós-Colonialismo, Pensamento Descolonial e Direitos Humanos na América Latina

Tamanho da fonte: 
AFROS E AFINS”: O CIBERATIVISMO DIALOGANDO COM OS MOVIMENTOS SOCIAIS PARA A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Ana Carolina Lima Claudino

Última alteração: 2019-07-09

Resumo


De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira de 1988, resumidamente, todos são iguais perante a lei e possuem o direito a livre comunicação. Sendo assim, a mídia não deveria contar histórias únicas em suas narrativas e com isso propagar ideologias que agridem os direitos humanos como: negar o direito de liberdade de expressão e reivindicação de direitos dos movimentos sociais. A função social da mídia deveria ser possibilitar espaços democráticos, mas acaba seguindo agendas de comunicação de conglomerados empresariais neoliberais. Os donos das empresas de comunicação representam uma classe hegemônica com valores que mantém as dinâmicas das relações de poder. Com grande poder de influenciar a opinião pública, a mídia marginaliza corpos não hegemônicos, criando inimigos públicos e baseando-se em pautas que irão contribuir para a manutenção de classes hegemônicas no poder e manter a sociedade preconceituosa e desigual. Sendo assim, alguns grupos sociais enxergam na internet (principalmente nas redes sociais) um espaço para construir suas narrativas e endossar a luta pelo direito de existir, dialogando com as pautas dos movimentos sociais. A instituição escolhida para análise é o Youtube. Trata-se de uma plataforma de vídeos criada em 2006, atualmente administrada pela empresa Google. Nos últimos anos, vem sido utilizada por muitas pessoas negras e LGBT como um espaço para construção de novas narrativas que não seriam possíveis de serem contadas na grande mídia empresarial. O objetivo é buscar informações e respostas sobre o uso do Youtube de forma ciberativista por movimentos sociais na luta pelo direito de existir e a liberdade de expressão para contar novas narrativas. A pesquisa tem como objetivo analisar a presença de mulheres negras produtoras de conteúdo ciberativista dentro do Youtube. Tendo como objeto de pesquisa principal o canal “Afros e Afins’’ da cientista social Nátaly Neri, uma mulher negra e LGBT que aborda questões voltadas para construção da autonomia da mulher negra no Brasil.