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A ALTERIDADE COMO FORMA DE AFASTAR O CINISMO DA TOTALIDADE: uma análise a partir do pensamento descolonial
Última alteração: 2019-07-25
Resumo
As pesquisas relacionadas ao pensamento descolonial têm verificado um histórico denegação das subjetividades latino-americanas. Tal situação têm ocorrido desde o período dacolonização propriamente dita e, posteriormente, tem ocorrido como forma de colonialidade. Acolonização propriamente dita refere-se ao período histórico em que havia uma submissãodessas subjetividades como forma de colônias das metrópoles europeias; a colonialidade, porsua vez, diz respeito ao modos de exercício de dominação – eurocêntrica e, depoiseuroamericana – dos países considerados do Centro do sistema mundo global, em relação aospaíses da periferia desse sistema mundo – no caso, escolhemos realizar a análise a partir daAmérica Latina.A negação das subjetividades do Outro (latino-americanos) pode ser analisada a partirda compreensão de que se dá pela disseminação de um pensamento cínico – no sentido docinismo moderno – e pela formulação de discursos fundados nesse cinismo. Aqui adotamos aperspectiva do cinismo como um pensamento jurídico e político de abstração dos sujeitos comosujeitos de direitos e de não reconhecimento desses sujeitos. Deu origem, portanto, àssociedades cínicas. O indivíduo cínico afirma o que pensa, não esconde o que quer dizer,expressa o seu discurso de descaso pelas convenções sociais, pela moral vigente e esperada,pelo Ser do Outro, tem desprezo pela existência deste. Neste sentido, A racionalidade cínicanão vê como necessária a manutenção do caráter ético, preza pelo falar franco, ainda que eleimplique na supressão, na anulação, no descarte do Outro.Diante desse histórico de negação das subjetividades distintas, as quais nãocorrespondem ao padrão hegemônico que somente reconhece a si mesmo como igual, rejeitandoou ignorando toda forma de distinção, formulamos como hipótese a ética da alteridadedesenvolvida por Emmanuel Levinas, sendo compreendida como uma ética de responsabilidadepelo Outro. Tal teoria não vê como suficiente para a superação da negação das subjetividades,do sofrimento e da historicidade do Outro a mera tolerância à distinção, mas além disso, requero respeito a essa distinção e a igual consideração do Outro sem reduzi-lo ao padrões do Mesmo(hegemônicos), mas sim desenvolvendo uma ética da responsabilidade pelo sofrimento doOutro, adotando uma postura ativa que permita que este expresse por si mesmo a sua própriasubjetividade.Portanto, a construção metodológica que pensamos para o problema apontado nestetrabalho é realizar uma análise do histórico de exclusão a partir de autores do pensamento
descolonial, como Enrique Dussel, Aníbal Quijano e Walter Mignolo, partindo para um estudosobre qual o sentido do cinismo – com base em Suzy Pisa e Vladmir Safatle – e como ele figuraenquanto instrumento que serve a essa exclusão praticada a partir do exercício de formas dedominação e, por fim, formulamos a hipótese da ética da alteridade de Levinas como forma desuperação, de contraposição à ética cínica.
descolonial, como Enrique Dussel, Aníbal Quijano e Walter Mignolo, partindo para um estudosobre qual o sentido do cinismo – com base em Suzy Pisa e Vladmir Safatle – e como ele figuraenquanto instrumento que serve a essa exclusão praticada a partir do exercício de formas dedominação e, por fim, formulamos a hipótese da ética da alteridade de Levinas como forma desuperação, de contraposição à ética cínica.
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